A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) alcançou lucro líquido (antes dos investimentos próprios em bens da União) de R$ 396,7 milhões em 2012. O resultado é 7% acima do verificado em 2011, de R$ 370,7 milhões. Após dedução dos gastos com obras e serviços de engenharia em aeroportos, o lucro líquido ficou em R$ 107,7 milhões, ante R$ 147,5 milhões, em 2011. O lucro bruto foi de R$ 1,42 bilhão - um aumento de 31% em relação a 2011 (R$ 1,09 bilhão). Os dados constam do relatório anual de administração da Infraero, publicado na edição desta segunda-feira do Diário Oficial da União.
O superintendente de Controladoria, Elismar Gonçalves Lopes, destaca que, no ano passado, a Infraero atingiu uma cifra recorde de investimentos. Foi um total de R$ 1,69 bilhão aplicado em obras, terrenos, equipamentos e participações societárias no ano passado, com crescimento de 48% em relação ao investido em 2011. Dos investimentos, R$ 885,1 milhões foram feitos com recursos próprios, sendo R$ 78,3 milhões oriundos de aporte de capital, R$ 808,9 milhões com recursos do Adicional de Tarifa Aeroportuária (Ataero) e R$ 600 mil com recursos de convênios.
Os investimentos de 2012 incluem R$ 378,9 milhões referentes à fatia da Infraero nos aeroportos concedidos no ano passado (Brasília, Campinas e Guarulhos). Para este ano, estão previstos investimentos de R$ 1,808 bilhão, sendo R$ 1,508 bilhão em obras, serviços de engenharia e equipamentos, e R$ 300 milhões em aporte de capital nos aeroportos concedidos.
A Infraero informa também que encerrou 2012 com movimento de 186,5 milhões de passageiros, sendo 169 milhões domésticos e 17,4 milhões, internacionais. Isso representa crescimento de 3,7% sobre o ano anterior. O movimento de aeronaves no ano passado totalizou 2,9 milhões de pousos e decolagens, sendo que as operações domésticas cresceram 2,6%, chegando a 2,7 milhões, e as internacionais diminuíram 13,1%, com 163,2 mil.
Entre os projetos do ano passado, a Infraero ressalta a reforma da área central do terminal de passageiros e módulo operacional 2 do aeroporto de Brasília; restauração da pista de pouso e decolagem do aeroporto de Curitiba; terraplenagem do terminal de passageiros 3 e implantação do terminal de passageiros remoto de Guarulhos, entre outras.
Atualmente estão em andamento obras de infraestrutura como reforma e ampliação do terminal de passageiros, pátio de aeronaves e adequação do sistema viário do Aeroporto de Fortaleza; reforma, modernização e ampliação do terminal de passageiros, pátio de aeronaves e pista de pousos e decolagens do Aeroporto de Confins; construção da nova torre de controle e ampliação do terminal de passageiros de Salvador, dentre outras.
Para este ano, Lopes relata o desafio do equilíbrio das contas da Infraero, pois os aeroportos de Brasília, Campinas e Guarulhos - que foram concedidos - representavam cerca de 36% do faturamento. Neste primeiro momento, as três unidades exigirão aportes para render dividendos somente daqui quatro ou cinco anos, quando o processo de concessão estiver maduro.
Mesmo sem esperar repetir neste ano o lucro registrado no ano passado, a Infraero pretende permanecer com cifras no terreno positivo. Por isso, o objetivo é intensificar a geração de receitas oriundas de outras fontes, como a melhor exploração comercial dos terminais. "A ideia é diversificação, para gerar receita", disse o superintendente. Dentro dessa lógica entram projetos como hotéis, centros de negócios e edifícios garagem.