A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou 2010 com uma taxa acumulada de 5,91%, a mais forte elevação para este indicador desde 2004, quando o índice subiu 7,6%. O indicador também ficou acima do centro da meta estipulada pelo Banco Central (BC) para o ano, de 4,5%. Em 2009, o IPCA subiu 4,31%. As informações foram divulgadas nesta sexta-feira, 7, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado anual veio dentro do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que iam de 5,84% a 5,93%, e acima da mediana, de 5,88%. O IPCA é o índice oficial utilizado pelo BC para cumprir o regime de metas de inflação, determinado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
No resultado mensal, o indicador subiu 0,63% em dezembro de 2010, após avançar 0,83% em novembro. A taxa do mês passado ficou perto do teto do intervalo das estimativas dos analistas consultados pelo AE Projeções (0,56% a 0,65%), e acima da mediana, de 0,59%.
A perda de força na inflação do grupo alimentação e bebidas, que passou de 2,22% para 1,32% entre novembro e dezembro do ano passado, foi a principal causa para a desaceleração do IPCA no mesmo período. Segundo o instituto, produtos que haviam impactado novembro com altas expressivas tiveram resultados mais moderados no mês seguinte. No resultado anual, contudo, os alimentos foram os vilões da inflação.
No caso das carnes, a alta no preço deste tipo de produto passou de 10,67% em novembro para 2,25% em dezembro. O item refeição em restaurante foi a principal contribuição ao IPCA do mês passado. Os preços das refeições fora de casa subiram 1,98% em dezembro ante alta de 1,40% em novembro e contribuíram com 0,09 ponto porcentual na formação do IPCA do último mês de 2010.
No entanto, mesmo em menor ritmo de crescimento, o grupo alimentação e bebidas teve 0,31 ponto porcentual de contribuição, o que correspondeu a 49% do IPCA de dezembro.