Com a inflação mais baixa de forma disseminada, o Banco Central (BC) poderá acelerar o ritmo de cortes na taxa básica de juros, a Selic. A informação consta do Relatório de Inflação, divulgado nesta quinta-feira (30), em Brasília, pela internet.
Em fevereiro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC anunciou o quarto corte seguido na taxa. Por unanimidade, ele reduziu a Selic em 0,75 ponto percentual, de 13% ao ano para 12,25% ao ano. Esse foi o segundo corte seguido de 0,75 ponto percentual. A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 11 e 12 de abril.
Com a economia em recuperação e as expectativas de inflação em queda, o BC indica que os próximos cortes podem ser maiores.
"A consolidação do cenário de desinflação mais difundida, que abrange os componentes da inflação mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária [definições da taxa Selic], fortalece a possibilidade de uma intensificação moderada do ritmo de flexibilização da política monetária, em relação ao ritmo imprimido nas duas últimas reuniões do Copom", diz o relatório divulgado hoje em Brasília.
A redução da taxa Selic estimula a economia porque juros menores impulsionam a produção e o consumo em um cenário de baixa atividade econômica.
Projeções para inflação
No relatório, o BC estima que a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deve ficar em 4% este ano, abaixo do centro da meta de 4,5%.
A meta tem ainda limite inferior de 3% e superior de 6%. O BC considera até a probabilidade de a inflação ficar abaixo do limite inferior da meta. Essa probabilidade é de 19%, maior que a probabilidade de estouro (4%) do teto da meta.