O IGP-M subiu 0,77% em abril, após apresentar aumento de 0,94% em março. A informação foi anunciada nesta quinta-feira (29), pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). A taxa mensal ficou dentro das estimativas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo AE-Projeções, que esperavam um resultado entre 0,55% e 1,01%, mas foi superior à mediana das projeções (0,65%).
A FGV anunciou ainda os resultados dos três sub-indicadores que compõem o IGP-M. O Índice de Preços do Atacado (IPA-M) avançou 0,72% este mês, após subir 1,07% no terceiro mês do ano. Por sua vez, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M) apresentou alta de 0,73% em abril, em comparação com o aumento de 0,83% no mês passado. Já o Índice Nacional da Construção Civil (INCC-M) registrou taxa positiva de 1,17% este mês, em comparação com a elevação de 0,45% em março.
A taxa acumulada do IGP-M é muito usada no cálculo de reajustes de aluguel. Até abril, o indicador acumula taxas de inflação de 3,56% no ano e de 2,88% em 12 meses. O período de coleta de preços para cálculo do IGP-M de abril foi do dia 21 de março a 20 de abril.
Leite in natura, feijão em grão e bovinos lideram quedas no atacado
A inflação no atacado medida pelo IPA-M acumula altas de 3,76% no ano e de 1,62% em 12 meses - sendo que o IPA-M representa 60% do total do IGP-M. De acordo com a fundação, os preços dos produtos agrícolas acumulam aumentos de 5,16% no ano e de 1,47% em 12 meses no âmbito do IGP-M. Já os preços dos produtos industriais registraram altas de 3,32% no ano e de 1,68% em 12 meses, de acordo com a fundação.
Dentro do Índice de Preços por Atacado segundo Estágios de Processamento (IPA-EP), que permite visualizar a transmissão de preços ao longo da cadeia produtiva, os preços dos bens finais tiveram aumentos de 4,65% no ano e de 4,28% em 12 meses até abril. Por sua vez, os preços dos bens intermediários tiveram alta acumulada de 3,97% no ano e queda de 1,75% em 12 meses. Já os preços das matérias-primas brutas acumularam aumento de 2,12% no ano e deflação de 2,31% em 12 meses, até abril.
Entre os produtos pesquisados para cálculo da inflação, as altas de preços mais expressivas no atacado em abril foram registradas em leite in natura (10,97%); feijão em grão (26,26%); e bovinos (3,63%). Já as mais expressivas quedas de preço, no atacado em abril, foram apuradas em laranja (-18,25%); farelo de soja (-12,05%); e soja em grão (-2,02%).
No varejo, 5 das 7 classes pesquisadas tiveram aceleração de preços
No varejo, a inflação junto ao consumidor mensurada pelo IPC-M, acumula altas de 3,48% no ano e de 5,31% em 12 meses até - sendo que o IPC-M representa 30% do total do IGP-M.
Motivos
Segundo a FGV, a desaceleração na taxa do IPC-M, de março para abril (de 0,83% para 0,73%) foi influenciada por taxas de inflação menos intensas, ou até mesmo deflação, em cinco das sete classes usadas para cálculo do IPC-M. É o caso de alimentação (de 2,24% para 2,06%); habitação (de 0,29% para 0,23%); educação, leitura e recreação (de 0,20% para 0,19%); despesas diversas (de 0,17% para 0,10%); e transportes (de 0,41% para -0,38%).
Já as duas classe de despesa restantes apresentaram aceleração de preços, ou término de deflação. É o caso de vestuário (de -0,24% para 0,69%); e de saúde e cuidados pessoais (de 0,36% para 0,53%).
Ao analisar a movimentação de preços no âmbito dos produtos, a FGV informou que as altas de preço mais expressivas no varejo, no IGP-M de abril, foram registradas em leite tipo longa vida (10,63%); batata-inglesa (16,62%); e tomate (15,25%). Já as mais expressivas quedas de preço foram apuradas em álcool combustível (-11,49%); manga (-13,49%); e laranja lima (-25,51%).