A indústria do Paraná registrou forte expansão em dezembro em relação ao mesmo período do ano passado, com avanço de 6,5%. Foi a segunda maior alta do País nessa base de comparação, atrás apenas do Pará (10,1%). Os dados foram divulgados nesta terça-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na comparação com o mês imediatamente anterior, com o ajuste sazonal, a alta foi de 0,8%, a terceira taxa positiva consecutiva. Com isso, o Estado encerrou o quarto trimestre de 2016 com avanço de 3,3% na produção industrial em relação ao mesmo período de 2015.
A expansão já configura, de acordo com relatório do IBGE, uma reação do setor industrial no Estado e ajudou a amenizar o resultado do ano, ainda fortemente impactado pela recessão. De janeiro a dezembro, a indústria paranaense encolheu 4,3%. Ainda assim foi uma queda menos intensa do que as verificadas em 2014 (-5,1%) e 2015 (-8,8%). A queda também foi inferior à do Brasil, que fechou o ano com queda de 6,6% na produção industrial em 2016.
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"Os dados apontam para uma recuperação do setor industrial no Paraná, impulsionado tanto pela produção de máquinas e equipamentos, automóveis quanto de tratores e colheitadeiras, estimulada pelo agronegócio", diz o economista Julio Suzuki Júnior, diretor-presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes).
De acordo com ele, a indústria do Estado, de modo geral, começa a recompor estoques, sinal de que o "fundo do poço" do setor parece ter ficado para trás.
Setor
Na comparação de dezembro com o mesmo período do ano anterior, oito das treze atividades pesquisadas mostraram aumento na produção. Os destaques foram máquinas e equipamentos (129,6%) - com maior produção de máquinas para colheita e tratores agrícolas - e de veículos automotores, reboques e carrocerias (48,9%).
De acordo com o IBGE, outros aumentos significativos vieram dos ramos de produtos alimentícios (6,2%), de outros produtos químicos (17%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (24,1%) e de produtos de metal (11,8%).
Na indústria de alimentos, os destaques foram a fabricação de bombons e chocolates em barras, carnes e miudezas de aves congeladas e tortas, bagaços, farelos e outros resíduos da extração do óleo de soja.
No sentido oposto, o impacto negativo na produção industrial do Estado veio do setor de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-25,7%), pressionado, principalmente, pela queda na produção dos itens óleo diesel, álcool etílico e óleos combustíveis. Outros recuos importantes vieram de celulose, papel e produtos de papel (-4,1%) , com a queda na produção de embalagens, e de minerais não-metálicos (-10,0%)
Projeção
A expectativa, de acordo com o Ipardes, é que a indústria do Estado mantenha a tendência de retomada em 2017, graças à combinação do bom desempenho do agronegócio, com a boa safra, da recuperação da economia e das exportações.
O setor automotivo, por exemplo, vem ampliando significativamente as exportações para a Argentina. "Com isso, a indústria do Paraná tem grande chance de interromper a trajetória de queda dos últimos anos na produção e registrar números positivos. E, graças ao perfil industrial do Estado, que tem influência forte do agronegócio, provavelmente o Paraná terá um desempenho industrial acima da média brasileira em 2017", diz Suzuki Júnior.