O aumento da inadimplência do consumidor pessoa física deve desacelerar nos próximos seis meses, de acordo com pesquisa divulgada hoje pela Serasa Experian. Já a inadimplência entre as empresas deve seguir em alta por um período maior, avalia a entidade.
O indicador de perspectiva de inadimplência do consumidor cresceu 0,1% em maio ante abril, a menor variação dos últimos 11 meses, atingindo o patamar de 100,3. Já o indicador sobre o comportamento futuro da inadimplência entre empresas apresentou crescimento de 2,0%, o sétimo avanço mensal consecutivo, passando para 101,1.
A sondagem da Serasa Experian procura antever o cenário econômico brasileiro dos próximos seis meses e, para isso, considera variantes como os níveis da atividade econômica e as concessões de crédito. O resultado dessa compilação é "traduzido" para uma escala em que valores abaixo de 100 indicam inadimplência dentro do padrão histórico, isto é, dentro do que é considerado normal pelos economistas. Já dados acima de 100 indicam que o atraso no pagamento das dívidas está acima da normalidade.
Segundo os economistas da Serasa Experian, o resultado da pesquisa divulgada hoje mostra que a atual trajetória de elevação dos níveis de inadimplência do consumidor começará a dar sinais de esgotamento ainda neste ano. Essa perspectiva é reforçada principalmente pela diminuição do ritmo da inflação e pela rodada de renegociações de salário de categorias profissionais neste segundo semestre.
Os economistas também mencionam o baixo nível do desemprego no País e o crescimento mais moderado do crédito e do endividamento dos consumidores como fatores capazes de diminuir a intensidade e a duração do atual ciclo de elevação da inadimplência.
No caso das empresas, a tendência mais estendida de crescimento da inadimplência é explicada pelos juros elevados e o aperto monetário em vigor, que mantêm pressões sobre o custo financeiro das empresas, explicam os economistas, em nota.