A inadimplência das empresas caiu 14,6% de janeiro de 2009 para janeiro de 2010, aponta indicador da Serasa Experian divulgado nesta sexta-feira, 26. É a maior queda de um ano para outro desde março de 2008.
A melhora nos números reflete a recuperação das companhias após sofrerem no ano passado com os efeitos da crise econômica mundial. Para se ter uma ideia, de janeiro de 2008 para o mesmo mês de 2009 a inadimplência havia apresentado alta de 28,9%.
A recuperação foi maior entre empresas de grande porte, que tiveram 36,7% menos dívidas em atraso em janeiro de 2010. Nas médias empresas, a queda foi de 25,7% e, nas pequenas, de 12,9%.
Os analistas da Serasa preveem que a inadimplência das pessoas jurídicas neste primeiro semestre evolua em ritmo mais lento que em 2009. Ponderam, no entanto, que o crédito corre o risco de ficar mais caro por conta de desequilíbrio das finanças públicas em países da Europa e das mudanças nos depósitos compulsórios determinadas esta semana pelo Banco Central do Brasil.
Na comparação do período entre janeiro de 2008 e janeiro de 2009 com o de janeiro de 2009 e janeiro de 2010, a Serasa notou alta de 1,3% nas dívidas em atraso de pessoas jurídicas com bancos, com valor médio de R$ 4.530,91. O valor médio dos cheques sem fundos teve alta de 36,9%, a R$ 1.932,73. Já os títulos protestados sofreram queda de 14,6%, com médio de R$ 1.507,17.
Na análise mensal, houve leve incremento na inadimplência - de 3% - de dezembro de 2009 para janeiro de 2010. Um aumento de 20,7% no volume de títulos protestados determinou a elevação. As dívidas em atraso com bancos mantiveram-se estáveis e a quantidade de cheques sem fundos devolvidos por duas vezes caiu 14,5%.
As grandes empresas tiveram alta de 18,2% na inadimplência na comparação mensal. Para os analistas da Serasa, isso se deve à dificuldade das exportadoras e das companhias clientes das grandes empresas, que estão repondo estoques.
Nas médias empresas, as dívidas em atraso aumentaram 16,5%, principalmente entre as exportadoras. Nas pequenas, o crescimento da inadimplência foi de 1,9%, por causa do endurecimento dos critérios para concessão de crédito para este segmento.