O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o calendário de divulgações de indicadores apurados pelo órgão está mantido, apesar da expectativa de greve no órgão a partir de segunda-feira (26). De acordo com o Sindicato Nacional dos Trabalhadores em Fundações Públicas Federais de Geografia e Estatísticas (ASSIBGE-SN), as assembleias regionais já aprovaram a convocação de paralisação em 12 das 32 unidades do País.
Por enquanto, a greve está confirmada no Distrito Federal e em mais 10 Estados: Rio de Janeiro, Amapá, Amazonas, Distrito Federal, Paraíba, Alagoas, Rio Grande do Norte, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. Novas assembleias regionais serão realizadas até terça-feira que vem, para mobilizar e votar a adesão de servidores ao movimento grevista nas demais unidades.
O IBGE não se manifesta oficialmente sobre a paralisação, mas comunicou que as divulgações previstas para os próximos dias estão mantidas, entre elas as Contas Nacionais Trimestrais do primeiro trimestre de 2014, que mostrarão os resultados do PIB para o período, na próxima sexta-feira, dia 30.
Segundo Ana Magni, diretora da Executiva Nacional do ASSIBGE, os dados do PIB brasileiro no primeiro trimestre já estão praticamente prontos para divulgação, portanto não é possível afirmar que o anúncio do indicador possa ser prejudicado pela greve. "Risco existe (de a greve atrapalhar a divulgação do PIB), mas esse é um dado que já está praticamente pronto", considerou Ana.
O sindicato afirma que a próxima divulgação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) será assegurada pelos próprios grevistas, mas o andamento das outras pesquisas do órgão pode ser afetado pela paralisação. "Não sabemos se a greve vai ter impacto na divulgação das próximas pesquisas. Vai depender da mobilização dos funcionários, do alcance da mobilização, da disposição do governo de nos chamar para conversar e negociar. Vamos avaliar na próxima semana", contou Ana.
Em 2012, uma greve de servidores do IBGE prejudicou por alguns meses a divulgação da taxa de desemprego apurada pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME), que abrange as seis principais regiões metropolitanas do País. A análise dos dados de Salvador e do Rio de Janeiro não ficou pronta a tempo de cumprir o calendário da pesquisa, por conta da paralisação dos trabalhos.