Crise
A Rede Bourbon de Hotéis & Resorts, criada em Londrina há 46 anos e hoje com 11 unidades em vários estados, quer crescer 30% em tamanho até o final de 2010. Entre os planos do grupo está a expansão da marca para as principais capitais brasileiras e para o exterior. Também fazem parte da estratégia o lançamento de uma bandeira voltada para o segmento econômico e a abertura de franquias, com a utilização da marca e know-how da rede.
Segundo o vice-presidente da Rede Bourbon, Alceu Ântimo Vezozzo Filho, está em negociação a abertura de novos empreendimentos em Belo Horizonte, Recife, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Brasília, Manaus e Maringá. No exterior, o foco está em Havana (Cuba), Assunção (Paraguai) e Buenos Aires (Argentina). Neste tipo de negócio, os parceiros entram com a estrutura e a rede hoteleira com o gerenciamento. ''As negociações estão avançadas, mas não dá para dizer em quanto tempo estaremos com toda as unidades abertas. A meta é crescermos 30% até o final do ano que vem'', afirma Vezozzo Filho.
O empresário adianta que a rede também está desenvolvendo uma bandeira na linha econômica, que ''em breve'' deve estar no mercado. ''Será uma linha econômica, mas digamos, melhorada, bacana. Não levará o nome Bourbon, mas será um produto de hotelaria by Bourbon'', diz. Ele explica que o projeto deve ficar pronto até o final deste ano e o objetivo é atingir as cidades de pequeno e médio porte. ''É um projeto estendido para todo o país. Não sabemos se vai começar pelo Paraná, mas seria ótimo, já que nascemos aqui'', observa Vezozzo Filho.
Outra novidade é o lançamento de uma opção de franquia em que o investidor se responsabiliza pela construção do imóvel e é treinado para administrar o empreendimento utilizando a marca e o know-how da rede. A estimativa de investimento (fora o valor do terreno) é de R$ 65 mil por cada quarto pronto e decorado. ''Um hotel de 100 quartos, por exemplo, sairá por R$ 6,5 milhões (sem o terreno)'', diz Vezozzo Filho. Ele informa que será cobrada uma ''taxa variável'' de gerenciamento.
O vice-presidente da Rede Bourbon não fala em valores aplicados nos planos de expansão, mas diz que o grupo vem investindo de forma constante em informação e tecnologia. ''Investimos R$ 1 milhão na nossa central de reservas, que começou a ser implantada em janeiro de 2008 em São Paulo'', afirma.
Conforme Vezozzo Filho, para planejar o crescimento a rede segue o seu lema inicial que é ''não ter pressa, mas ter foco''. ''Nosso foco é crescer de maneira sustentável, com estrutura e com pessoas de qualidade que possam atender nossa demanda'', diz. Ele lembra que até 2003 o grupo tinha cinco unidades próprias (três no Paraná e duas em São Paulo) e entre 2003 e 2008 dobrou de tamanho, agregando mais seis emprendimentos tercerizados em Santa Catarina e no Rio de Janeiro, além do Paraná e de São Paulo. Toda a rede tem hoje 1.400 funcionários e 2.675 unidades habitacionais nas categorias luxo, superior e econômica
Apesar da crise financeira mundial e da gripe A no Sul do Brasil, a Rede Bourbon teve uma queda de 10% na ocupação nos oito primeiros meses do ano em relação ao mesmo período de 2008. ''Consideramos isso muito pouco em relação aos índices da concorrência'', diz Vezozzo Filho.