Este final de semana será mais longo para os moradores das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além do Distrito Federal, onde foi aplicado o horário brasileiro de verão, em vigor desde 18 de outubro. À meia-noite de sábado (20) para domingo (21), os relógios devem ser atrasados em uma hora, encerrando a 35.ª edição da medida que, desde 1985, vem sendo habitualmente aplicada no País.
Durante os 126 dias de horário de verão, o sistema elétrico paranaense operou com uma demanda média 5% menor durante o chamado horário de ponta, que vai das 19h às 22h. Essa folga, equivalente a 200 megawatts de potência, corresponde a duas vezes a demanda produzida pelas 100 mil ligações elétricas atendidas na cidade de Foz do Iguaçu.
RECORDES – Este ano, contudo, a Copel registrou a intensificação de uma tendência que já vinha se manifestando em verões anteriores: uma grande concentração de demanda por eletricidade no período da tarde, que desta vez acabou superando até mesmo a tradicional ponta do sistema elétrico, habitualmente verificada no início da noite.
Durante a primeira semana de fevereiro, em razão da forte onda de calor que elevou significativamente as temperaturas médias em todo o Estado, a Copel registrou quatro recordes consecutivos nos níveis máximos de demanda simultânea por energia. "Entre os dias 2 e 5 de fevereiro, os picos variaram de 4.420 MW a 4.592 MW e sempre em torno de 14h35 e 16h", observa a gerente do Centro de Operação do Sistema Elétrico da Copel, Ana Rita Xavier Haj Mussi.
"Comparativamente aos níveis de demanda habituais, que variam em torno dos 4.100 MW, o sistema elétrico paranaense precisou, neste verão, de uma potência adicional equivalente a um grupo gerador como os quatro que equipam a Usina Governador Bento Munhoz, ou Foz do Areia, a maior da Copel e a de maior potência entre as 5 hidrelétricas instaladas no rio Iguaçu, que tem potência instalada de 1.676 MW".
LUMINOSIDADE – A adoção do horário de verão tem por finalidade permitir o melhor aproveitamento da luminosidade natural, que é maior nesta época do ano, para proporcionar um alívio nas condições de operação do sistema elétrico no período de maior demanda, o chamado horário de ponta, que se dá entre 18 e 21 horas – ou entre 19 e 22 horas durante a vigência da medida.
Esse artifício evita a concentração e sobreposição da demanda máxima das diferentes categorias de consumidores, distribuindo melhor a curva de carga ao longo do tempo. Como resultado, a ponta do sistema – que é o momento onde se dá a máxima solicitação simultânea de instalações como usinas geradoras, linhas de transmissão e subestações – é reduzida, melhorando a segurança operacional no período crítico do dia.
O próximo horário de verão terá início à zero hora de 17 de outubro, terminando no dia 20 de fevereiro de 2011 (com AEN).