Representantes do setor atacadista, que representa 5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, com movimento anual de R$ 131 bilhões, apontam a guerra fiscal entre os estados como um dos empecilhos para incrementar ainda mais as vendas. Eles estão reunidos em Curitiba, na 30ª Convenção Anual do Atacadista Distribuidor.
"Os empresários reivindicam a realização da reforma tributária,capaz de simplificar os impostos e unificar a cobrança entre os estados. A unificação vai evitar a guerra fiscal, que nenhum empresário deseja", explicou o presidente da Associação Brasileira de Atacadistas Distribuidores (Abad), Carlos Eduardo Severini.
A redução da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de 18% para 12%, adotada nas operações comerciais no Paraná, permitiu maior competitividade em relação a outros estados. Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Atacadista de Gêneros Alimentícios no Paraná, Paulo Pennacchi, antes disso, as perdas de venda do setor chegaram a 50%.
"Esse modelo paranaense, que reduziu a base de cálculo do ICMS, foi copiado por vários estados. Pelo programa de redução da carga tributária, feito para as micro e pequenas empresas, que se tornaram competitivas, nossos consumidores passaram a dar preferência às lojas de vizinhança, que são abastecidas pelo setor atacadista", afirmou Pennacchi.
Outro assunto em pauta no encontro, que termina quinta-feira (19), é o comportamento do consumidor, que tem ido mais aos supermercados. De acordo com o Ministério da Fazenda, em 2010 o consumo das famílias brasileiras vai aumentar 6,6% devido à recuperação da economia. No encontro em Curitiba, foi mostrado que, em média, o brasileiro foi até 8% mais vezes abastecer sua casa em 2009, do que em 2008, com gastos até 11% superiores.
Estudo da Abad aponta a retomada do crescimento do consumo em todos os itens da cesta básica. Houve acréscimo de 2,2% no consumo de todos os produtos da cesta básica em 2009, de higiene e limpeza a gêneros alimentícios.