Quase R$ 16 bilhões provenientes de recursos inativos dos fundos do PIS/Pasep serão liberados pelo governo federal a partir de outubro para mulheres com mais de 62 anos e homens com mais de 65 anos.
A Medida Provisória (MP) que regulamenta o benefício foi divulgada na quarta-feira (23), como forma de estímulo à economia. Pela legislação atual, os cotistas só poderiam efetuar os saques a partir dos 70 anos.
A Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil) recebeu a notícia com entusiamo. "Precisamos de boas notícias depois de amargar um longo período de economia tão deprimida. Já está melhorando com juros caindo, inadimplência estável. Lançaremos mão das nossas ferramentas de comunicação para os lojistas conseguirem abocanhar parte desse recurso extra que passará a circular em nossa economia a partir de outubro", disse o vice-presidente da entidade, Fernando Moraes.
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A regional paranaense do Sindicato Nacional dos Aposentados (Sindpnapp) recebeu a notícia com cautela. "A recomendação para quem tiver direito ao PIS/Pasep é saldar dívidas e poupar esse recurso se não tiver nenhuma urgência de gasto. Com todo esse período prolongado de recessão, muitos idosos se tornaram a principal renda familiar e foram praticamente forçados a usar as próprias reservas ou lançar mão dos empréstimos consignados para saldar dívidas de parentes", disse o presidente da entidade no Estado, Antonio Dias Lobato.
Para Dieese, medida é ‘paliativa’
Já a seccional regional do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômico (Dieese) criticou a liberação do recurso. Segundo o economista e supervisor técnico do órgão, Sandro Silva, trata-se de uma "medida paliativa em torno de um direito esquecido por milhões de beneficiários" do PIS/Pasep. "A MP mostra mais uma vez o desespero e a contradição do governo que intercala medidas austeras com a antecipação de um recurso que essas pessoas têm direito a receber, mas desconhecem."