A General Motors tornou-se a primeira montadora dos EUA a paralisar uma fábrica no país por causa dos problemas no Japão. Na próxima semana, a GM deverá fechar a unidade em Shreveport, Louisiana, onde fabrica picapes, por causa da falta de peças provocada pelo terremoto no Japão, informou a companhia.
Montadoras japonesas, entre as quais Toyota Motor, Honda Motor e Nissan Motor, já paralisaram a produção no Japão. Mas, nos EUA, as montadoras vinham buscando minimizar os efeitos que a crise no Japão teria sobre a indústria nos EUA e no mundo.
As fábricas no Japão abastecem sobretudo o mercado japonês. No entanto, elas são fontes de motores e autopeças para montadoras no exterior. A GM, por exemplo, recebe transmissões para seu Chevrolet Volt de um fornecedor no Japão. O país é ainda um importante produtor de componentes elétricos usados em praticamente todos os veículos.
"A corrida para encontrar capacidade ampla para a produção destes componentes altamente especializados (semicondutores, sensores etc) antes que os estoques se acabem é desafiadora", afirmou, em comunicado, o IHS Global Insight Automotive Group. "Os efeitos surgirão nas próximas semanas", alertou. Segundo a nota, a escassez de autopeças começará a afetar a produção fora do Japão em três a seis semanas.
O presidente da Ford Motor, Mark Fields, disse que nenhuma das fábricas da companhia foi afetada, mas que está monitorando a situação de perto. "Estamos em contatos diários com nossos fornecedores e fábricas".
A GM não quis informar qual autopeça falta em Shreveport. Mas, em relatório, o analista Christopher Ceraso, do Credit Suisse, disse que a paralisação da unidade deve estar relacionada ao fornecimento de semicondutores ou microcontroladores. Ceraso disse que é provável que a GM tenha de parar outras unidades, mas que a empresa deverá conseguir recuperar a produção perdida. As informações são da Dow Jones.