A unidade da General Motors do Brasil de São Caetano do Sul concede a partir desta terça-feira (5) licença remunerada por tempo indeterminado a 467 metalúrgicos. Com essa medida sobe para mais de 1,3 mil o número de trabalhadores afastados da unidade, pois desde outubro do ano passado 854 trabalhadores estão sob o regime lay-off (suspensão temporária do contrato de trabalho em que os empregados continuam recebendo os seus salários em parte pagos pela empresa e em parte pelo governo federal).
A informação foi passada pelo vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul, Francisco Nunes, e confirmada pela montadora que justificou ser uma medida para "ajustar a produção à atual demanda do mercado".
O líder sindical reconhece que o setor da indústria automobilística está em crise e lembra que, só na GM, a produção caiu de 55 para 38 carros por hora. Ele, no entanto, ficou surpreso com as licenças: "Isso nos deixa inquietos".
Nunes lembrou que os contratos em sistema lay-off que venceriam no último dia 9 de abril foram prorrogados para 9 de julho. Segundo ele, amanhã (6) às 14 h, está marcada reunião da diretoria do Sindicato com representantes da montadora para discutir a questão do emprego e alternativas para evitar demissões.
No começo de abril, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) fez uma projeção de recuo de 13,2% nas vendas ao mercado interno neste ano, observando que o cálculo considerou um aumento da demanda, no segundo semestre. A previsão pode ou não ser revisada, na próxima quinta-feira (7), quando a entidade irá divulgar o balanço em torno do desempenho do setor em abril.