A fusão dos bancos Itaú e Unibanco recebeu parecer favorável das secretarias de Acompanhamento Econômico (Seae), do Ministério da Fazenda, e de Direito Econômico (SDE), do Ministério da Justiça, dois órgãos do sistema de defesa da concorrência.
Apesar de a operação ter criado a maior instituição privada do País, a avaliação dos dois órgãos é de que a ''operação não traz prejuízos à concorrência, razão pela qual recomenda-se sua aprovação sem restrição''.
Apesar do apoio da Seae e da SDE à operação, caberá ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que julga os processos de fusão e aquisição, a palavra final sobre o negócio. A fusão dos dois bancos foi anunciada em novembro de 2008 e também já foi aprovada pelo Banco Central, no início deste mês de janeiro.
No parecer da Seae, acompanhado pela SDE, a maior preocupação demonstrada foi com o impacto da operação no segmento de seguros. Isso porque em três ramos - seguro patrimonial, de cascos e de responsabilidade - a fusão gerou participações de mercado superiores a 20% (na verdade quase de 40% ), nível acima do qual os órgãos de defesa da concorrência consideram que empresas podem exercer poder de mercado em prejuízo dos consumidores.
Apesar disso, o entendimento da Seae e da SDE foi de que os três segmentos de seguro em que houve maior concentração de mercado têm pouca participação no total do setor, Além disso, as secretarias avaliam que há participantes de peso, no setor de seguros , capazes de inibir práticas anticoncorrenciais do novo banco. ''Pode-se notar que existem grandes players que podem inibir um eventual exercício do poder de mercado pelas Requerentes (Itaú e Unibanco) nos mercados em análise'', avaliou a Seae.