A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) defendeu nesta segunda-feira (14) uma taxa de câmbio entre R$ 2 e R$ 2,20. Segundo a entidade, em um cenário ideal, o país deveria chegar a uma taxa de R$ 2 até por cada dólar o final de 2011.
"Seria bom para os importadores e para os exportadores. E o impacto na inflação seria baixo. O ideal seria chegar em julho com o câmbio a R$ 1,80 e, no final do ano, a R$ 2", avaliou o diretor do Departamento de Comércio Exterior da Fiesp, Roberto Giannetti da Fonseca.
Giannetti apontou a taxa cambial como o principal fator para o aumento das importações e para o fraco desempenho das exportações dos produtos manufaturados brasileiros. "Tem outros fatores, tributação, logística, em alguns casos falta de inovação tecnológica. Acho que tudo isso colabora para perda de dinamismo da indústria brasileira. Mas o fator câmbio, acho que é o que mais pesa", disse.
Segundo ele, as importações brasileiras em 2011 deverão crescer o triplo do Produto Interno Bruto (PIB). A previsão de Giannetti é que as compras externas se elevem em 15% no ano. Se mantido esse ritmo também nos próximos 24 meses, a estimativa dele é que o país deverá registrar déficit comercial no acumulado de 2012.
O coeficiente de importação (CI) calculado pela Fiesp, divulgado hoje, fechou o ano de 2010 em 21,8%, o maior da série histórica, que teve início em 2003. O CI é determinado pela participação das importações no consumo aparente do país. O valor de 2010 supera em 3,5% o registrado em 2009 e em 1,7% o de 2008, ano da crise econômica mundial.