O presidente do Sistema Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Edson Campagnolo, classificou como positivo o esforço do governo federal ao lançar um novo pacote de concessões com o objetivo de aprimorar a infraestrutura de transporte brasileira e reaquecer a economia. Na manhã desta terça-feira (9), ele esteve presente na solenidade de lançamento da segunda etapa do Programa de Investimento em Logística (PIL), realizada no Palácio do Planalto, em Brasília. Campagnolo ressalta, no entanto, que o setor produtivo paranaense seguirá mobilizado para viabilizar mais investimentos no Estado, principalmente em relação a ferrovias, já que o programa prevê investimentos apenas em rodovias e portos do Paraná.
O lançamento do PIL 2 teve a presença da presidente Dilma Rousseff, ministros e governadores de 14 estados, além de outras lideranças políticas e empresariais. Segundo as informações apresentadas pelo ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Nelson Barbosa, o programa prevê a aplicação de um total de R$ 198,4 bilhões, pela iniciativa privada, em novas concessões que serão feitas em quatro modais. Para as rodovias, esperam-se investimentos de R$ 66,1 bilhões. Nas ferrovias, R$ 86,4 bilhões. Já os investimentos nos portos devem somar R$ 37,4 bilhões. E nos aeroportos, outros R$ 8,5 bilhões. O governo afirma que pretende que todas as 150 concessões previstas na nova etapa do PIL sejam feitas até 2018. Estima também que, até lá, R$ 69,2 bilhões do total de recursos previstos já terão sido contratados em obras. A partir de 2019, o programa prevê contratação dos outros R$ 129,2 bilhões.
"É notório, especialmente para o setor produtivo, que o Brasil tem um déficit imenso em sua infraestrutura de transportes, um dos fatores que diminuem nossa competitividade", afirmou Campagnolo. "Programas de investimentos nessa área são sempre bem-vindos. Esperamos que o governo tenha eficiência para realizar as concessões dentro do planejado e dê segurança para que a iniciativa privada possa aplicar recursos nessas e em outras obras que são essenciais para o país", acrescentou.
O presidente do Sistema Fiep disse, no entanto, ter sentido falta da previsão de investimentos na malha ferroviária paranaense. Uma das principais demandas do G7, grupo que reúne as principais entidades representativas do setor produtivo do Estado, era justamente a construção de novos trechos ferroviários no Paraná. Em especial, a implantação da ferrovia Maracaju (MS)-Paranaguá e da extensão da Norte-Sul até o território paranaense. As concessões nesse modal previstas no PIL 2, porém, concentram-se mais nas regiões Norte e Centro-Oeste.
"Vamos continuar mobilizados, dialogando com o governo federal para que esses projetos, que são fundamentais para o escoamento da produção paranaense e que comprovadamente têm alta capacidade de retorno para os investidores, também possam ser contemplados em breve", afirmou Campagnolo. Por enquanto, dentro do PIL 2 está prevista apenas uma renegociação das concessões em andamento no Paraná, com a intenção de ampliar o número de obras na malha ferroviária já existente.
Investimentos no Estado
Inicialmente, o Paraná será contemplado em dois modais. O primeiro é o rodoviário. O PIL 2 prevê que ainda em 2015 será realizada a concessão de um trecho de 460 quilômetros que contempla as BRs-476/153/282/480, ligando a Lapa a União da Vitória, seguindo até Chapecó e à divisa entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A estimativa é que sejam investidos R$ 4,5 bilhões nesse trecho.
Além disso, o programa prevê negociações com duas concessionárias que já atuam no Paraná e em Santa Catarina: a Autopista Litoral Sul, responsável pelo trecho entre Curitiba e Florianópolis; e a Autopista Planalto Sul, responsável pela ligação entre Curitiba e Lages. Assim como no caso das ferrovias, a intenção do governo é ampliar o leque de obras nas rodovias administradas por essas empresas.
O Paraná será contemplado também com investimentos no Porto de Paranaguá. Estão previstos seis novos arrendamentos, que devem totalizar investimentos de quase R$ 1 bilhão. Serão arrendadas áreas voltadas para celulose (R$ 120,28 milhões), granéis minerais (R$ 186,73 milhões), veículos (R$ 54,8 milhões), grãos e açúcar (R$ 115,49 milhões) e duas exclusivamente para grãos (R$ 279,42 milhões e R$ 203,4 milhões). O governo estima que as licitações para essas novas áreas sejam realizadas no primeiro semestre de 2016.