A mediana da inflação esperada pelos consumidores nos próximos 12 meses ficou em 9,1% em outubro, informou nesta terça-feira, 25, a Fundação Getúlio Vargas (FGV), que divulgou o Indicador de Expectativas Inflacionárias dos Consumidores. O resultado é inferior ao informado em setembro (9,8%), com recuo de 0,7 ponto porcentual. Segundo a FGV, o resultado confirma a trajetória de queda do indicador depois de atingir a máxima histórica em fevereiro deste ano (11,4%).
"No ano a expectativa de inflação dos consumidores para os próximos 12 meses já cedeu 2,3 ponto porcentual. Este resultado reflete três fatores: a queda do IPCA acumulado em 12 meses, de 10,7% em janeiro para 8,5% em setembro, a desaceleração dos preços de alimentos, que esse ano ocorre um pouco mais tarde e a repercussão na mídia de que a inflação convergirá para a meta mais rápido que o esperado anteriormente", afirma em nota o economista Pedro Costa Ferreira, do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV).
Em outubro, houve redução expressiva da proporção de consumidores prevendo inflação superior a 10% nos 12 meses seguintes, de 34,7% para 26,2%. No extremo oposto, aumentou, de 5,3% para 9,4%, a parcelados que preveem que a inflação dos próximos 12 meses ficará entre a meta (4,5%) e o limite superior de tolerância (6,5%) do Banco Central.
A desaceleração das expectativas de inflação ocorreu em todas as classes de renda. O maior recuo no mês ocorreu na faixa de renda familiar mensal entre R$ 2.100 e R$ 4.800, de 10,3% para 9,3%. Na faixa de renda superior a R$ 9.600, a inflação prevista recuou pelo oitavo mês consecutivo, para 8,1%.
O Indicador de Expectativas Inflacionárias dos Consumidores é obtido com base em informações coletadas no âmbito da Sondagem do Consumidor. Produzidos desde setembro de 2005, os dados vinham sendo divulgados de forma acessória às análises sobre a evolução da confiança do consumidor. Desde maio de 2014, as informações passaram a ser anunciadas separadamente.
A Sondagem do Consumidor da FGV coleta mensalmente informações de mais de 2.100 brasileiros em sete das principais capitais do País. Cerca de 75% destes entrevistados respondem aos quesitos relacionados às expectativas de inflação.