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Família menor puxa confiança do consumidor

26 jul 2011 às 14:23

As famílias de menor poder aquisitivo puxaram para cima a confiança do consumidor em julho. Segundo a economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Viviane Seda Bittencourt, o aumento da confiança entre famílias de menor renda em julho foi acima da média apurada pelo Índice de Confiança do Consumidor (ICC), que abrange quatro faixas de renda e subiu 5,4% na comparação com junho.

Nas famílias com renda mensal até R$ 2.400, o ICC subiu 7,5% em julho; nas famílias com renda entre R$ 2.401 a R$ 4.800, o indicador subiu 9%. O ritmo de crescimento é bem mais fraco nas famílias com maior poder aquisitivo, que tiveram aumentos abaixo da média. Entre famílias com renda de R$ 4.801 e R$ 9.600, o indicador subiu 1% ante junho. Já entre famílias com renda mensal acima de R$ 9.601 houve alta de 2,8%.


Para Viviane, as famílias de poder aquisitivo mais baixo encerraram ciclos de endividamentos antigos ao final do primeiro semestre, e agora encontram novas parcelas em seu orçamento para destinar às compras. Isso é perceptível no indicador que mede as expectativas de compras de bens duráveis. A parcela dos que informam maiores gastos com duráveis nos próximos meses cresceu de 17,77% para 18,2% de junho para julho. No mesmo período, caiu de 33,6% para 31,3% os que apostam em menor ritmo de compras de duráveis. "Quem está puxando esta melhora em bens duráveis são as famílias de baixa renda", afirmou.(Alessandra Saraiva)


Expectativa


O consumidor espera juros mais baixos e inflação mais fraca nos próximos meses, de acordo com a Sondagem das Expectativas do Consumidor de julho. Segundo a economista da FGV, subiu de 4,5% para 5,8% a parcela dos entrevistados pela sondagem que apostam em juros mais baixos nos próximos meses. Já a projeção de inflação do consumidor para os próximos 12 meses caiu de 7,1% em junho para 6,8% em julho.


Viviane explicou que o consumidor sentiu um arrefecimento da inflação nos meses de junho e de julho, e isso afetou projeções em um horizonte mais longo. As avaliações das famílias sobre estes dois fatores ajudaram a compor um cenário favorável para a confiança do consumidor em julho, que atingiu nível recorde.

Quando indagada se o resultado da sondagem em julho seria um "balde de água fria" para o governo, em sua estratégia de coibir o avanço do consumo para combater à inflação, Viviane foi cautelosa. "A confiança do consumidor aumentou, mas o ímpeto deste aumento ainda é moderado. Por exemplo, as intenções de consumo de bens duráveis em julho estão elevadas, mas não chegaram ao maior nível da série, que ocorreu em novembro do ano passado", afirmou.


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