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EUA têm interesse em importar petróleo do Brasil

24 fev 2011 às 20:52

O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse nesta quinta-feira, em Washington, que os Estados Unidos têm interesse em importar petróleo do Brasil no futuro.

"Foi mencionado, a título especulativo, que o Brasil pode se converter em um importante exportador de petróleo para os Estados Unidos no futuro, a partir de suas reservas do pré-sal", disse Patriota, ao relatar reuniões que manteve com autoridades americanas durante sua visita de dois dias ao país.


O interesse americano no potencial energético brasileiro deverá ser um dos temas da visita do presidente Barack Obama ao Brasil, nos dias 19 e 20 de março.


Segundo fontes do Itamaraty, os americanos estão interessados em examinar oportunidades de investimento no setor de petróleo no Brasil, para garantir no futuro um suprimento adequado de combustíveis fósseis e reduzir sua dependência de fornecedores em regiões às vezes instáveis, como o Oriente Médio.


Em meio à atual crise política em diversos países árabes e muçulmanos produtores de petróleo, como a Líbia, os preços do barril atingiram nesta quinta-feira seu nível mais alto dos últimos dois anos.


Nos Estados Unidos, o barril do tipo leve chegou a ser negociado a US$ 103,41. Em Londres, o barril do tipo Brent alcançou US$ 119,79.


Visita


As oportunidades de investimento no setor de energia serão discutidas especialmente na passagem do presidente americano pelo Rio, sede da Petrobras, e também durante um fórum de presidentes de grandes empresas a ser realizado em Brasília durante a visita de Obama.


Esse fórum vai reunir 10 presidentes de grandes empresas brasileiras e 10 de empresas americanas. Além disso, diversos empresários viajarão na comitiva de Obama, e está prevista a realização de um outro ciclo de reuniões empresariais, mais amplo, durante a visita do presidente.


Segundo Patriota – que chegou a Washington na quarta-feira para dois dias de reuniões com autoridades em preparação à viagem de Obama – o presidente americano deverá fazer dois discursos, um no Rio e outro em Brasília.


"Haverá um discurso em Brasília para um público mais do setor privado, empresarial", disse Patriota.


O teor do discurso em Brasília deverá mais voltado para o setor comercial e econômico. Sobre o pronunciamento no Rio ainda não há definição de detalhes.


Durante sua passagem por Washington, Patriota se reuniu com a secretária de Estado, Hillary Clinton, com o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, com o conselheiro de segurança nacional, Thomas Donilon, o assessor econômico do governo americano Michael Froman e o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick.


Segundo o ministro, além da cooperação econômica e comercial, durante a visita de Obama também serão discutidas outras áreas de colaboração, como ciência e tecnologia, educação e energia limpa.


O ministro disse que os Estados Unidos têm interesse também em áreas de biocombustível, inclusive para aviação, além do intercâmbio de cientistas nesse setor.


Interesse renovado


Segundo Patriota, a visita de Obama – que também inclui Chile e El Salvador e é a primeira do presidente à América do Sul – representa "a sinalização de um interesse renovado pela região".


O ministro afirmou que em 2010 o interesse americano pela região parece ter "caído um pouco", devido inclusive a questões internas, como as eleições legislativas.


"De modo que nós recebemos como muito positiva a notícia da visita, que inclui não apenas o Brasil, mas Chile e El Salvador", disse. "Em El Salvador talvez se reúna com outros líderes centro-americanos."


De acordo com o ministro, a América do Sul pode se tornar uma parceira "muito interessante" para os Estados Unidos.


"Eu identifiquei um desejo efetivo de retomar o diálogo, de retomar a cooperação, de olhar para o futuro com renovado impulso", disse Patriota.


Em seus encontros com autoridades americanas, Patriota abordou também o interesse brasileiro em vender aeronaves Super Tucano à Força Aérea norte-americana.

O ministro disse acreditar que há possibilidade de fechar a venda, principalmente depois de dois acordos na área de Defesa firmanos no ano passado entre Brasil e Estados Unidos.


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