Os preços da gasolina se mantiveram mais competitivos que os do etanol em 21 Estados brasileiros e no Distrito Federal, de acordo com dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), compilados pelo AE Taxas, da Agência Estado, referentes à semana passada. Porém, no Paraná, Goiás, Mato Grosso, São Paulo e Tocantins o preço do álcool é mais vantajoso que o da gasolina.
A vantagem do etanol é calculada considerando que o poder calorífico do motor a álcool é de 70% do poder nos motores à gasolina, ou seja, o motorista tem vantagem econômica com o preço do combustível de cana até esse porcentual do valor cobrado nos postos pelo derivado de petróleo.
Mato Grosso segue como o Estado no qual o etanol tem mais competitividade, com 55,35% do valor médio da gasolina. Na semana passada, os consumidores mato-grossenses pagaram R$ 1,462, em média, pelo preço do álcool e R$ 2,651 pelo da gasolina. Em São Paulo, que concentra quase 60% do consumo de etanol, a proporção está em 63,06%, com o preço médio de R$ 1,683 para o combustível de cana-de-açúcar e R$ 2,67 para o de petróleo.
Assim como na semana retrasada, a gasolina está mais vantajosa principalmente no Piauí, Estado em que a paridade com o etanol é de 90,28%. No Piauí, o preço da gasolina custa, em média, R$ 2,54 o litro, de acordo com a ANP e o etanol, R$ 2,293. No Amapá, a paridade foi de 85,75% e no Amazonas atingiu 85,70%. No cálculo, são utilizados valores médios coletados em postos em todos os Estados e no Distrito Federal.
Maior produtor nacional do etanol, São Paulo liderou a alta no preço do combustível nos postos, na última semana, em plena safra de cana-de-açúcar. Segundo dados da ANP, o preço do etanol aumentou 2,06%, em média, na semana passada, para o paulistas. O litro ficou em R$ 1,683, em média, ante R$ 1,649 na semana anterior. No mês, ainda há uma queda acumulada de 4,86%.
A alta pode ser explicada pelo crescimento da demanda pelo etanol hidratado e pela baixa na oferta. Segundo dados da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), nos dois primeiros meses de safra 2011/2012 - abril e maio - a produção de hidratado no Centro-Sul despencou 41,9% se comparados o mesmo período do ano passado, de 4,151 bilhões de litros para 2,412 bilhões de litros.
Além de São Paulo, houve aumento nos preços nos postos do Distrito Federal, Goiás, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Santa Catarina. Na Paraíba, os valores médios ficarem estáveis.
Os valores médios do etanol hidratado caíram em postos de outros 19 Estados brasileiros na semana passada. A queda semanal média nos postos brasileiros avaliados pela ANP foi de apenas 0,05%, para R$ 1,912, o litro, o que levou o etanol a 69,18% dos R$ 2,764 cobrados pelo litro da gasolina no País. Com isso, apesar de a gasolina ter vantagem na maioria das unidades da federação, se considerada a média dos preços do País, o uso da do etanol é mais vantajoso para o consumidor que tiver um veículo flex fuel. Em um mês, a queda acumulada do etanol na média brasileira chega a 7,90%.
A maior queda nos preços do etanol, de 2,61%, foi nos postos do Acre. De acordo com os dados apurados pela ANP, o preço médio do litro do etanol naquele Estado variou de R$ 2,563 para R$ 2,496 na semana passada e chegou a 80,39% de paridade com a gasolina, que custa, em média R$ 3,105.
Em Minas Gerais, segundo maior produtor, o preço do hidratado baixou 0,67% na semana, de R$ 2,07 para R$ 2,056 e, no Paraná, terceiro maior produtor, o valor médio subiu 0,116%, de R$ 1,717 para R$ 1,719, o litro, se comparados os mesmos períodos. No entanto, em Minas Gerais ainda segue mais vantajoso ao consumidor abastecer com gasolina cuja paridade é de 73,74% e, no Paraná, o etanol é mais vantajoso, com paridade em 65,39%.
No Brasil, o menor preço médio registrado para o etanol foi em Mato Grosso, de R$ 1,472 por litro. O preço médio máximo foi de R$ 2,50 por litro, em Roraima. O menor preço em um posto foi no Estado de São Paulo, de R$ 1,329 por litro e o maior foi registrado no Pará, de R$ 3,10 por litro.