A escalada do dólar nos últimos meses já pesa nos cofres dos Estados e municípios que contraíram dívidas em moeda estrangeira, provocando um aumento nos débitos de governadores e prefeitos de R$ 8,77 bilhões. As dívidas atreladas ao câmbio sobem junto com a cotação da moeda americana na Bovespa e reduzem ainda mais o espaço para investimentos.
Segundo dados obtidos pelo jornal O Estado de S. Paulo, os governos regionais do País acumulam débitos de US$ 22,6 bilhões. A cada nova rodada de valorização do dólar, mais terá de sair dos cofres públicos, em reais, para bancar a diferença. Analistas avaliam que a tendência atual do câmbio é continuar se valorizando, em linha com o fim de estímulos monetários nos Estados Unidos.
No fim de junho deste ano, os 27 Estados deviam US$ 19,872 bilhões a organismos internacionais, bancos e outras instituições. No primeiro pregão da Bolsa deste ano, em 2 de janeiro, essa dívida poderia ser convertida em R$ 40,5 bilhões. Esse montante atingiu R$ 47,6 bilhões, no câmbio de terça-feira, 20, ou R$ 7,1 bilhões a mais.
As dificuldades dos municípios são menores. Ao todo, eles registraram no Banco Central e no Tesouro Nacional uma dívida de US$ 2,661 bilhões em moeda estrangeira. Em reais, o passivo dos prefeitos subiu de R$ 4,7 bilhões no início do ano para R$ 6,37 bilhões, pela cotação do dólar de segunda-feira, 20. A variação acrescentou R$ 1,67 bilhão.
O governo federal não tem dados mais atualizados que isso. Banco Central e Tesouro Nacional agrupam os números e não têm o detalhamento por Estado, por exemplo. Por isso, a pressão cambial sobre os governadores e prefeitos costuma aparecer primeiro no Congresso, onde deputados e senadores seguem mais de perto a situação dos governos regionais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.