O Índice de Confiança da Construção (ICST), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), caiu 0,8 ponto, entre novembro e dezembro, alcançando 71,6 pontos, o menor nível desde julho de 2016 (70,7 pontos), após três meses em queda.
O recuo no mês se deve principalmente pelo aumento do pessimismo em relação aos próximos meses. O Índice de Expectativas (IE-CST) caiu 1,5 ponto, para 80,0 pontos. Dentro do indicador, o quesito perspectivas para a demanda nos próximos três meses, que teve retração de 2,4 pontos, foi o que mais contribuiu para a queda em dezembro.
O Índice da Situação Atual (ISA-CST) também recuou ligeiramente na margem para 63,7 pontos (-0,1%), com influência, pelo segundo mês consecutivo, do indicador que mede a situação atual da carteira de contratos, que caiu 0,2 ponto.
Leia mais:
Um terço das famílias brasileiras sobreviveu com renda de até R$ 500 por mês em 2021, mostra FGV
Taxa de desemprego no Brasil cai para 9,8%, segundo IBGE
Termina nesta terça o prazo para entrega da declaração do Imposto de Renda
Número de inadimplentes de Londrina cai 14% em abril, segundo dados do SPC
"A persistência de um nível de atividade ainda fraco e um ambiente com incertezas influencia as percepções dos empresários, fazendo com que predomine uma visão pessimista quanto à possibilidade de estancamento da crise no curto prazo.", observou Itaiguara Bezerra, coordenador da Sondagem da Construção da FGV/IBRE.
O Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) do setor ficou em 63,1% em novembro, 1,1 ponto porcentual abaixo do resultado de novembro, o menor nível da série histórica iniciada em abril de 2013.
Investimentos
A FGV ainda aponta que a Sondagem de Investimentos do Ibre do quarto trimestre de 2016 corrobora com o cenário nacional de incerteza. Segundo a pesquisa, a proporção de empresas que declarou ser incerta a execução dos planos de investimentos para os próximos 12 meses cresceu em relação ao mesmo período do ano anterior.
Ainda segundo a instituição, a incerteza na Construção é a mais alta entre os setores produtivos, com 60,9% dos empresários reportando que é incerta a execução dos investimentos nos próximos 12 meses. Esse resultado ficou 16,7 pontos acima do registrado no quarto trimestre de 2015.
"Apesar de existir alguma chance de retomada de concessões para obras de infraestrutura em 2017, o cenário político incerto mantém os empresários do setor cautelosos em relação à realização de investimentos nos próximos doze meses.", concluiu Itaiguara Bezerra.
A edição de dezembro de 2016 coletou informações de 700 empresas entre os dias 01 e 20 deste mês. A próxima divulgação da Sondagem da Construção ocorrerá em 27 de janeiro de 2017.
Mercado imobiliário
O Índice Nacional de Custo da Construção - Mercado (INCC-M) ficou em 0,36% em dezembro, taxa maior que a registrada em novembro (0,17%), divulgou nesta sexta-feira, 23, a Fundação Getulio Vargas (FGV).
O grupo Materiais, Equipamentos e Serviços apresentou variação de 0,15% neste mês, após o recuo de 0,05% apurado na leitura de novembro. Já o índice referente à Mão de Obra registrou variação de 0,55% ante 0,36% no mês anterior.
Das sete capitais analisadas, quatro registraram aceleração em suas taxas de variação na passagem de novembro e dezembro: Brasília (0,00% para 1,97%), Belo Horizonte (-0,05% para 0,03%), Recife (0,80% para 1,85%) e Rio de Janeiro (-0,18% para 0,10%). São Paulo manteve a taxa de 0,07% entre novembro e dezembro. Já Salvador e Porto Alegre apresentaram desaceleração na inflação da construção em dezembro, passando de 0,02% para -0,05% e de 1,06% para 0,17%, respectivamente.