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Durante a crise, 8 milhões compraram carro no Brasil

19 mai 2010 às 09:44

A queda dos juros foi o fator que mais contribuiu para que 8 milhões de famílias brasileiras tivessem conseguido comprar um carro entre os meses de setembro de 2008 (início da crise internacional) e março de 2010. A conclusão é de um estudo realizado pelo Grupo Santander.

"Vários fatores influenciaram para que esse número significativo de famílias conseguisse comprar um automóvel. Mas eu diria que o motivo principal foi a queda dos juros. Os dados revelam que, apenas a redução das taxas, independente de qualquer outro fator, permitiu que 2,7 milhões de famílias conseguissem realizar a compra de um veículo nos últimos 18 meses", afirma a economista do Grupo, Luiza Betina Rodrigues.


Ainda de acordo com a responsável pelo levantamento, o IPI reduzido - em vigor na maior parte dos 18 meses avaliados pelo estudo -, e o aumento da massa salarial foram os outros fatores significativos para esse resultado. "Para se ter uma ideia, o fato de estar ganhando mais fez com que 2,1 milhões de famílias realizassem a compra de um carro, enquanto a desoneração, isoladamente, deu essa capacidade a 1,1 milhão de famílias".


Perspectivas


Embora neste momento o cenário econômico seja diferente, já que o mercado aposta em um ciclo de aumento da taxa básica de juro e o IPI reduzido para automóveis tenha chegado ao fim, Luiza acredita que a facilidade para a compra vai continuar.


"Talvez não de maneira tão intensa, mas deve continuar, sim. Nós projetamos que, até dezembro de 2010, a massa salarial ainda crescerá 3%, que é um número razoável e até conservador. Além disso, acreditamos que os juros voltarão aos níveis pré-crise, ou seja, 2,4%, e que o preço dos carros crescerá 9%. Diante desse cenário, a expectativa é de que 26% das famílias brasileiras consigam comprar um carro, ou seja, 3 milhões de famílias ainda terão essa capacidade", afirma.


Outros bens


A economista conta também que o efeito queda de juros e aumento da massa salarial impactaram ainda a compra de bens em geral. "Todos os bens de consumo sentiram o impacto, com exceção das compras em mercado, que são pouco afetadas pelos juros", afirma.

E completa: "Mas na linha branca, por exemplo, teve um grande impacto. Obviamente contou o fato de alguns desses produtos também estarem com o IPI reduzido, mas essa desoneração não foi tão importante do que a queda de juros e o aumento de renda". (Fonte: InfoMoney)


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