O bilionário mexicano Carlos Slim não está conversando com acionistas e a diretoria da Portugal Telecom (PT) para se defender de uma oferta da Telefónica SA pela unidade brasileira de telefonia móvel da empresa portuguesa, de acordo com Arturo Elias Ayub, porta-voz de Slim. "Nós não estamos conversando com ninguém. Não existem conversas com a Portugal Telecom. Não existe nenhum interesse em assumir uma participação relevante na Portugal Telecom", disse Ayub em entrevista por telefone.
Slim, que possui menos de 5% da Portugal Telecom, não está tentando bloquear o acordo da Telefónica, disse Ayub.
O jornal português Diário Econômico noticiou nesta quinta-feira, citando pessoas próximas à situação, que Slim estaria conversando com o Banco Espírito Santo, um dos acionistas mais importantes da Portugal Telecom, sobre como bloquear a oferta de 5,7 bilhões que a Telefónica fez pela participação da PT na Vivo Participações SA.
A Telefónica, que tem uma participação na Vivo, quer fundir a Vivo com sua subsidiária de telefonia fixa no Brasil, a Telecomunicações de São Paulo, para aumentar sua participação no mercado brasileiro e economizar 2,8 bilhões em sinergia. A Portugal Telecom tem recusado a oferta da Telefónica, dizendo que a Vivo é um ativo estratégico para a empresa.
Slim e a espanhola Telefónica são arquirrivais na América Latina, onde competem diretamente em telefonia fixa e móvel na maioria dos países. A América Móvil, controlada por Slim, é a maior operadora de telefonia celular da região. No final de março, a empresa tinha pouco mais de 206 milhões de clientes de telefonia móvel em 17 países da América. Slim também controla a maior empresa de telefonia fixa do México, a Teléfonos de México SAB, e a operadora de telefonia fixa Telmex Internacional SAB, a Telint.
Em 11 de maio, a América Móvil lançou ofertas de aquisição em dinheiro e ações pela Carso Global Telecom SAB e pela Telint, como parte do plano de Slim de consolidar seus diferentes ativos de telecomunicações, em um acordo de quase 300 bilhões de pesos mexicanos (US$ 23 bilhões).
Se a oferta for bem sucedida, a América Móvil vai ter controle total da Telint e também uma participação de 59,4% na Teléfonos de México SAB, tornando-se uma das maiores fornecedoras de serviços de telecomunicações do mundo, com mais de 250 milhões de clientes nas Américas. As informações são da Dow Jones.