Apesar dos esforços do governo brasileiro para tentar frear a entrada de moeda estrangeira no país, o mercado dá sinais de que as medidas podem não ter sido suficientes.
O dólar voltou a fechar em baixa nesta quarta-feira, cotado a R$ 1,67, dois dias depois de o Ministério da Fazenda anunciar uma nova elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que subiu de 4% para 6%. O imposto incide sobre investimentos estrangeiros em renda fixa.
A moeda americana chegou a subir de forma expressiva no pregão desta terça-feira, mas operadores de câmbio explicaram que o movimento estava mais relacionado com anúncios na China que derrubaram os mercados do que propriamente com as medidas do governo brasileiro.
Em São Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, estava certo sobre a existência de uma "guerra cambial" e acrescentou que o país tomará "as medidas que forem necessárias" para que o real não seja tão valorizado frente a outras moedas.
"Na hora em que o Miguel Jorge (ministro da Indústria e Comércio) disser para mim que as importações estão incomodando, nós iremos tomar medida. Por enquanto, o que ele acha é que a gente não tem que diminuir as importações", disse o presidente.
O real valorizado frente ao dólar beneficia as importações, ao mesmo tempo em que diminui a competitividade dos produtos brasileiros no exterior.
O resultado é o aumento do déficit nas contas correntes, que deve fechar o ano em US$ 49,5 bilhões. No ano passado, o déficit foi de US$ 24,3 bilhões.