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Dólar tem menor valor desde agosto de 2008

30 mar 2011 às 17:19

O dólar comercial fechou hoje em baixa de 1,39%, cotado a R$ 1,629 no mercado interbancário de câmbio, menor valor desde 27 de agosto de 2008 (a R$ 1,622). Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar negociado à vista terminou em queda de 1,22%, a R$ 1,6313. O euro comercial recuou 1,12% para R$ 2,301.

O tombo do dólar ante o real hoje resultou da antecipação da disputa em torno da formação da taxa Ptax de fim de mês, que será formada amanhã, afirmaram os operadores de câmbio consultados pela Agência Estado. Esse evento técnico provocou forte aumento dos volumes de negócios à vista e no futuro e também atraiu quase toda a atenção do mercado, que praticamente deixou para segundo plano os leilões do Banco Central e o comportamento externo da moeda norte-americana.


Os investidores vendidos em dólar à vista (principalmente os bancos) e no mercado futuro, porque apostaram na queda da moeda norte-americana, foram bem-sucedidos hoje no objetivo de antecipar a pressão de baixa sobre o dólar, que chegou a uma mínima no dia de R$ 1,628 (-1,45%) no mercado interbancário de câmbio. O objetivo é o enfraquecimento da taxa Ptax de amanhã, que será usada na liquidação do vencimento de dólar futuro (abril de 2011) e para os ajustes dos cerca de US$ 800 milhões em swap reverso - ambos estarão vencendo na próxima sexta-feira (1º de abril). Para esses agentes financeiros, quanto menor o valor desta taxa Ptax, maior será o ganho deles no encerramento desses compromissos na sexta-feira.

Apesar desse tombo da moeda norte-americana, durante toda a manhã o Banco Central deixou o mercado solto. Só no começo da tarde, quando o dólar estava nas mínimas, é que a autoridade monetária agiu. Primeiro fez um leilão de até 3 mil contratos de swap reverso, com três vencimentos, equivalentes a cerca de US$ 1,5 bilhão, mas vendeu somente 5.850 desses contratos ou US$ 289,2 milhões. Simultaneamente a esta operação, o BC chamou um leilão de compra à vista, no qual fixou a taxa de corte em R$ 1,636. No meio da tarde, o BC fez o segundo leilão de compra à vista, cuja taxa de corte foi de R$ 1,632. Essas intervenções, contudo, tiveram efeito limitado sobre a formação de preço e o dólar apenas desacelerou levemente as perdas.


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