O dólar comercial fechou o dia em alta de 1,36%, cotado a R$ 1,862 no mercado interbancário de câmbio. Esta foi a sexta elevação seguida do dólar em relação ao real, sendo que a variação acumulada da moeda já chega a 4,90%. Na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), o dólar à vista fechou a sessão em alta de 1,00%, a R$ 1,861. No acumulado de maio, dólar comercial tem alta de 7,20% e em 2010, de 6,83%.
No exterior, sem a esperada ação da União Europeia para garantir o fortalecimento do euro, a saída foi buscar o dólar e o iene, considerados portos seguros em momentos de tensão. Porém, uma alta do euro a partir do início da tarde levantou a suspeita de uma intervenção do Banco Central Europeu (BCE) nos mercados.
"Está todo mundo com medo, o mercado está sensível, muita gente já perdeu muito dinheiro", afirmou Carlos Allievi Júnior, gestor da Infinity Asset. Segundo ele, diante do medo o investidor tem feito movimentos bruscos de um lado para o outro. A expectativa de uma ação efetiva de preservação do euro deixou o mercado "perdido".
De concreto, por enquanto, só a notícia de que a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o presidente da França, Nicolas Sarkozy, concordaram em trabalhar em conjunto no encontro da força-tarefa de Van Rompuy, que começa amanhã em Bruxelas. O foco é o fortalecimento da estabilidade da zona do euro.
Por telefone, os dois chefes de Estado concordaram em cooperar na preparação para o encontro do Conselho Europeu no dia 17 de junho, com relação a estratégias de crescimento europeias. Merkel e Sarkozy também vão trabalhar juntos na preparação para as reuniões do G-8 (que reúne as oito maiores economias do mundo) e do G-20 (grupo das 20 maiores economias), que ocorrem no fim de junho no Canadá.
Além das preocupações com a situação fiscal dos países da zona do euro, os indicadores americanos conhecidos hoje fortaleceram o medo de um duplo mergulho na recessão. Nos EUA, o índice dos indicadores antecedentes caiu em abril 0,1%, após alta revisada de 1,3% em março, informou o Conference Board. Já o número de trabalhadores norte-americanos que entraram pela primeira vez com pedido de auxílio-desemprego subiu 25 mil, para 471 mil, na semana até 15 de maio.