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Dólar dispara e chega perto dos R$ 2

05 fev 2010 às 17:21

A volatilidade dominou o mercado de câmbio nesta sexta-feira, 4, com o dólar em alta de 0,42% frente ao real ao final de uma sessão influenciada pelas preocupações com a situação fiscal da Europa e pela surpresa positiva com a queda da taxa de desemprego nos Estados Unidos.

A moeda norte-americana fechou a R$ 1,891, maior patamar desde 1º de setembro do ano passado. Com a alta desta sessão, o dólar anulou a queda que exibia em fevereiro e agora acumula variação positiva de 0,32%.


Somente nesta sessão, a cotação do dólar à vista oscilou de R$ 1,866 a R$ 1,891. No mercado futuro, o intervalo foi ainda maior, de R$ 1,869 a R$ 1,900 no contrato de março.


O relatório de emprego dos EUA, que trouxe uma taxa de desemprego a 9,7% em janeiro, foi responsável pelo momento mais favorável à queda do dólar ante o real. Mas o alívio foi efêmero, pois outros dados --como o fechamento de 20 mil postos de trabalho-- indicaram uma situação ainda complicada para o mercado de trabalho do país.


Depois disso, o dólar recuperou valor e voltou ao nível de 1,88 real, influenciado pelo clima ainda ruim na Europa. A preocupação com a saúde fiscal de Grécia, Espanha e Portugal foi o principal motivo para a disparada do dólar na quinta-feira e nesta sessão ainda também mantinha o Ibovespa, o euro e as commodities sob pressão.


"Hoje o mercado ficou bastante volátil. Atingiu um ponto fora da curva por causa dos dados sobre o emprego lá fora, mas não teve um caminho definido", disse o gerente de câmbio de um banco estrangeiro, que preferiu não ser citado.


O volume negociado também cresceu, com US$ 2,4 bilhões no segmento à vista até poucos minutos do fechamento, segundo dados parciais da clearing (câmara de compensação da BM&FBovespa). No principal vencimento dos futuros, o giro era de cerca de 356 mil contratos até 16h30.


Na próxima semana, os investidores continuarão alertas aos acontecimentos do exterior. No caso de um agravamento da situação na Europa, profissionais do mercado reconhecem que deve haver uma resistência "natural" contra o rompimento do nível de R$ 1,90, mas ponderam que não há um nível anormal de posições montadas em torno desse patamar, o que pode facilitar a subida da moeda norte-americana.

"Eu não vejo R$ 1,90 como um ponto forte", disse Jorge Knauer, gerente de câmbio do banco Prosper, no Rio de Janeiro.


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