O dólar comercial cedeu pelo segundo dia seguido hoje e fechou na taxa mínima registrada durante as negociações no mercado interbancário de câmbio, a R$ 1,969 (-0,56%). Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar à vista também recuou 0,56% e encerrou o pregão a R$ 1,969. No acumulado do mês, o dólar comercial registra leve alta de 0,25% e no ano, queda de 15,67%.
Segundo um operador de tesouraria de um banco europeu, os investidores, principalmente estrangeiros, que compraram moeda no mercado futuro desde o começo do mês e reforçaram essas apostas na quarta-feira passada, antes do feriado estadual em São Paulo e quando as cotações do dólar à vista e futuro ultrapassaram os R$ 2,00, passaram a inverter essas posições desde sexta-feira e ampliaram o movimento ontem e também hoje. Isso justifica o recuo das cotações nesta semana, uma vez que faltou apetite pela compra da divisa norte-americana. Como o fluxo cambial foi equilibrado hoje e as ofertas de dólar não encontraram demanda equivalente, a taxa cedeu, disse a fonte.
"Do começo de julho até o dia 8, quarta-feira passada, houve demanda defensiva por dólar diante da aversão ao risco no mercado internacional, após a constatação de analistas de que a recuperação da economia norte-americana e mundial está muito lenta. A previsão de início da safra de balanços de empresas e bancos nos EUA e as férias no Hemisfério Norte provocaram ajustes fortes de posições que ampararam a queda dos preços de commodities e de ações e a valorização do dólar, do iene e dos preços dos títulos do Tesouro norte-americano. O sentimento dos investidores não mudou em relação ao ritmo fraco da economia global e a cautela segue dando tom aos negócios nos mercados. Ainda assim, os players no mercado local decidiram vender um pouco de moeda acompanhando os ajustes dos ativos externos", observou outra fonte de tesouraria de um grande banco privado nacional.
É consenso entre os operadores de mesas de câmbio consultados de que a tendência de médio e longo prazo do dólar é de baixa. À tarde, o Banco Central realizou leilão de compra de dólares, no qual a taxa de corte das propostas foi de R$ 1,9732. Após o leilão, a taxa de câmbio manteve a baixa e foi para a mínima do dia.