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Dólar cai pelo 5º dia seguido e fecha a R$ 1,762

05 abr 2010 às 18:20

O otimismo represado com os números do mercado de trabalho divulgados nos EUA na sexta-feira (feriado no Brasil) ganhou impulso hoje com mais dados positivos sobre a maior economia do mundo e garantiu a quinta queda seguida do dólar ante o real. O dólar comercial fechou esta segunda-feira em baixa de 0,40% a R$ 1,762 no mercado interbancário de câmbio. Em cinco dias, o dólar comercial acumula baixa de 3,5%. No mês (dois dias úteis), o dólar comercial tem queda de 1,07%. No acumulado do ano, alta de 1,09%. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar à vista caiu 0,36% para R$ 1,7617. O euro comercial cedeu 0,96% para R$ 2,377.

No segmento de câmbio turismo, o dólar recuou 1,37% no dia para R$ 1,87 (venda) e R$ 1,747 (compra). O euro turismo cedeu 0,16% e fechou a R$ 2,533 na ponta de venda e R$ 2,357 para compra.


O recuo das cotações do dólar chegou a ser mais intenso pela manhã, já que era a primeira reação dos mercados ao dado sobre nível de emprego ("payroll") divulgado na sexta-feira nos Estados Unidos. Ao longo da tarde, a queda foi suavizada, mas em nenhum momento o dólar registrou alta. A taxa máxima registrada hoje no mercado interbancário foi de R$ 1,763 e a taxa mínima, de R$ 1,754.


Como avaliaram os especialistas, a geração de 162 mil vagas de trabalho em março nos Estados Unidos foi a melhor desde o início de 2007, embora tenha ficado abaixo da previsão, que era de criação de 200 mil vagas. Porém, a revisão para cima dos dados de janeiro e fevereiro contribui para uma leitura positiva do relatório de emprego americano.


Mas até mesmo uma leitura não tão positiva beneficia ativos como o real, segundo avaliação da Gradual Investimentos. "Esta recuperação no mercado de trabalho nos EUA ainda é incipiente e para surtir efeito mais relevante ainda vai demorar. O total de desempregados é ainda elevado e precisaremos de meses e mais meses com criação de vagas por lá até termos uma situação mais tranquila no mercado de trabalho norte-americano", avaliam os economistas da instituição em relatório.


Com esse panorama, as taxas de juros daquele país devem se manter no atual patamar próximo de zero. "Taxa de juros zeradas na maior economia do planeta abre a possibilidade para a valorização dos mercados acionários e maior incentivo econômico ao redor do planeta. Mais um bom sinal que nos autoriza a pensar que este segundo trimestre pode representar o início da recuperação no mercado acionário brasileiro, rompendo a barreira dos 70 mil pontos definitivamente, e com o dólar num patamar abaixo de R$ 1,80", dizem os economistas da Gradual.


Além do "payroll", o índice de atividade no setor de serviços do Instituto para Gestão de Oferta (ISM) dos EUA subiu para 55,4 em março - maior patamar dos últimos seis anos em março -, de 53 em fevereiro, superando a expectativa dos economistas de 53,5. E a NAR (associação de corretores) contabilizou um crescimento de 8,2% nas vendas pendentes de imóveis no mês de fevereiro.


Hoje, o Federal Reserve (Fed, banco central americano) anunciou que os diretores da instituição reuniram-se nesta segunda-feira para discutir a taxa de redesconto - utilizada pelo banco central na cobrança dos empréstimos emergenciais oferecidos a instituições financeiras -, mas não divulgou nenhuma mudança em relação à taxa, que atualmente é de 0,75% ao ano.


O ambiente de tranquilidade ao investidor foi reforçado, internamente, pela permanência de Henrique Meirelles na presidência do Banco Central (a decisão foi anunciada no início da noite de quinta-feira passada), o que garante ao mercado que a política monetária deve ser mantida.

À tarde, o BC comprou dólares em leilão no mercado à vista, fixando a taxa de corte em R$ 1,7617.


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