O dólar comercial caiu 0,79% nesta quinta-feira e fechou as negociações no mercado interbancário de câmbio cotado a R$ 1,889, o menor valor desde 26 de setembro do ano passado. A desvalorização da moeda americana em relação ao real acumulada no mês de julho agora é de 3,82%, elevando a queda neste ano para 19,1%. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar negociado à vista recuou 0,63% hoje e fechou o pregão a R$ 1,89.
O cenário externo positivo, o corte de 0,50 ponto porcentual na taxa Selic (juro básico da economia brasileira) para 8,75% ao ano e as expectativas de fluxo cambial positivo no País estimularam vendas de dólares hoje, que ampararam o recuo das cotações no mercado à vista. Embora o comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central tenha gerado interpretações de que a redução do juro básico ontem seja a última do atual ciclo de flexibilização monetária, alguns economistas e analistas no Brasil e em Nova York avaliaram hoje que ainda há espaço para novos cortes na taxa Selic, se necessário. Essa possibilidade combinada com ofertas de ações na Bovespa e emissões externas de empresas locais e ainda o ambiente favorável nas bolsas internacionais e na Bovespa ampararam as ordens de vendas de dólar, disse o operador José Roberto Carreira, da Fair Corretora.
A Bolsa brasileira e as norte-americanas retomaram o sinal positivo, após a pausa ontem na sequência de valorizações, amparadas pela divulgação de alta de 3,6% nas vendas de imóveis usados em junho nos EUA, bem acima da previsão de aumento de 1,7%, e de balanços melhores do que o esperado, como o do banco Credit Suisse. O Credit Suisse anunciou que o lucro líquido do segundo trimestre cresceu 29%, para 1,57 bilhão de francos suíços (US$ 1,47 bilhão), superando as expectativas de analistas.
No mercado doméstico de câmbio, a expectativa de fluxo positivo tem como pano de fundo a operação de emissão de ações de R$ 5,2 bilhões da BRF Brasil Foods (nova denominação da Perdigão); a venda pela Eletrobrás de US$ 1 bilhão em bônus de dez anos e a proposta de emissão da Cosan de notas no valor de US$ 300 milhões com vencimento em 2014. No caso da Cosan, segundo fontes ouvidas pela Agência Estado, a emissão das notas não seria imediata, mas poderia ocorrer até setembro deste ano.