O dólar comercial devolveu parte da baixa de 1,78% ontem e subiu 1,19% hoje, fechando as negociações no mercado interbancário de câmbio cotado a R$ 1,952. No mês, registra um recuo de 0,61% e no acumulado do ano, queda de 16,40%. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar de liquidação à vista subiu 1,14% para R$ 1,951. A aversão ao risco no mercado externo ditou as regras dos negócios locais de câmbio e o dólar subiu por conta disso.
Os dados de desemprego nos Estados Unidos e na Europa piores do que o esperado reacenderam os temores com o processo de recuperação da demanda e da economia dos países desenvolvidos, justificou um gerente de mesa de câmbio de uma corretora em São Paulo. Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) foi cauteloso e manteve a taxa de juros da zona do euro (16 países que compartilham a moeda) no piso histórico de 1% ao ano, reforçando a avaliação no mercado de que os juros seguirão baixos na região por um período prolongado. Por precaução, os investidores reduziram posições em ações e commodities e migraram para o dólar e os títulos do Tesouro americano. No mercado global de moedas, o dólar só perdeu valor para o iene.
No mercado de câmbio doméstico, o Banco Central realizou leilão de compra de dólares à tarde, no qual fixou taxa de corte das propostas em R$ 1,9525. Desde 8 de maio, o BC está fazendo intervenções diárias no câmbio, adquirindo dólares, que vão para as reservas internacionais do País. De acordo com dados do BC divulgados ontem à noite, as reservas internacionais subiram US$ 858 milhões na terça-feira, totalizando US$ 208,425 bilhões no conceito de liquidez internacional.
Uma informação vinda da China não mexeu diretamente com a formação de preço do dólar, mas poderá vir a ter repercussões. A China divulgou regras para testar o uso do yuan na liquidação de acordos comerciais, movendo-se para iniciar o programa e expandir o uso da moeda local no comércio internacional. O avanço rumo ao teste do uso do yuan em negociações de comércio visa "manter o desenvolvimento normal do comércio entre a China e as nações e áreas vizinhas", especialmente à medida que a crise financeira aumentou a volatilidade no dólar e no euro, disse o banco central chinês em um documento de perguntas e respostas em seu site na internet.