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Dívida no cartão pode custar até 654% ao ano, alerta Proteste

04 jan 2014 às 12:39

Utilizar o cartão de crédito é muito caro no Brasil, e o problema está nas taxas que as instituições cobram de seus clientes. Os juros dos cartões brasileiros são os mais altos comparados a qualquer outra taxa vigente no mercado. Veja como fugir das ciladas mais comuns para evitar dívidas, segundo orientações da Proteste - Associação de Consumidores.

Se você tem um cartão, mas ainda não entendeu como ele funciona, ou se você ainda não tem (e quer contratar um), leia com atenção o estudo da Proteste para escapar de problemas mais comuns do que você imagina. A primeira noção que precisa ter é que existem cartões para cada tipo de perfil de consumo e que os juros dos cartões no Brasil são os mais altos do mercado mundial.


Quando um cliente se interessa por um cartão de crédito, a instituição é obrigada a oferecer o produto básico (e ele pode optar pelo tipo básico ou diferenciado). O básico vale somente para pagamentos de contas, compras ou serviços, e o custo da anuidade deve ser sempre menor do que o do cartão de crédito diferenciado. Já com o cartão de crédito diferenciado você tem os mesmos benefícios do cartão básico, só que esse cartão está atrelado a programas de recompensas e benefícios. E ambos podem ser nacional ou internacional.


Considere os custos antes de contratar. O primeiro é a anuidade, que nada mais é que o valor pago para obter o cartão. Você até pode ser isento da tarifa no primeiro ano; entretanto, a partir do segundo, as instituições geralmente cobram tarifas muito altas. O Hipercard é o único cartão que não cobra anuidade de fato. O Santander Free também não cobra, mas só se for usado todo mês. Caso contrário, você paga R$ 15 de mensalidade.


Juros e mais juros


Existem quatro situações que você deve observar, e a primeira delas é o juro cobrado no rotativo (quando você paga só o mínimo da fatura, essa taxa recai sobre o valor restante). A maior taxa praticada no mercado é a do Hipercard (654,02% ao ano) – curiosamente, é o cartão mais acessível.
Os clientes do Ibicard Nacional pagam a segunda maior taxa (620,28% ao ano). As menores taxas praticadas foram as dos cartões Azul da Caixa Econômica Federal (49,37% ao ano) e do American Express Platinum Credit do Bradesco (59,92% ao ano). Entretanto, o cartão Azul da Caixa é impossível de contratar.


Os juros da função saque são cobrados quando você saca o crédito disponibilizado pelo cartão. É como um empréstimo, no qual você arca com uma tarifa para cada saque. Os maiores juros foram encontrados no cartão Losango (628,02% ao ano).


Não parcele a fatura


Quando você parcela a fatura, também paga juros. Essa é uma forma de não entrar no crédito rotativo, mas não é aconselhável fazer isso, pois os juros chegam a 556,66% ao ano. E, por fim, cheque os juros de parcelamento das compras – certifique-se de que o local oferece parcelamento sem juros, caso contrário serão cobradas taxas por isso. Os juros podem chegar a 429,47% ao ano no cartão American Express Gold Card, do Bradesco. Se realmente precisar comprar parcelado, só o faça se for sem juros.


É melhor entrar no cheque especial por um ou dois dias ou contratar um crédito pessoal – os juros serão menores – do que retirar dinheiro no cartão. Usar o cartão no exterior só vale a pena em situações de emergência, pois há a cobrança de algumas tarifas, entre elas 6,38% de IOF. Sem contar que você só saberá o valor da fatura quando ela chegar – se a cotação da moeda for maior do que na época das compras, poderá ser surpreendido.


Dicas para não atolar em dívidas no cartão de crédito


Veja os custos - Compare as opções e observe as taxas antes de contratar o cartão;


Não empreste - Não perca o controle das contas. Não deixe ninguém usar o seu cartão;


Controle os seus gastos - Nunca entre no rotativo. Os juros exorbitantes são as maiores causas do endividamento;


Fuja do parcelamento - Se adquirir muitas parcelas, acabará usando todo o salário para a pagar a fatura;


Compre só o que puder - Leve para casa somente o que está ao alcance do seu poder de consumo;

Cartão é cartão - E não é extensão de renda. Leve só um às compras. (Fonte: Proteste)


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