Representantes dos moradores de 52 prédios da Gleba Palhano (zona sul de Londrina) se reuniram durante toda a tarde e início da noite desta sexta-feira (5) com integrantes da Câmara e da prefeitura para discutir o projeto de lei, de autoria do vereador Rony Alves (PTB), que prevê a mudança de zoneamento de terrenos localizados na avenida Madre Leônia Milito, nas proximidades da PR-445. A modificação é necessária para que o grupo Angeloni faça a instalação de um hipermercado na área.
Moradores do bairro nobre foram à Câmara há algumas sessões para pedir a rejeição da iniciativa. Eles alegam que a implantação do hipermercado no local vai trazer problemas estruturais aos empreendimentos. O aumento do tráfego de veículos - principalmente de caminhões - também já foi alvo de reclamações dos moradores. "A discussão já se tornou política. Não é mais técnica. Quem se mostrou a favor do projeto continuará a favor. Quem é contra seguirá sendo contra. Fizemos o que podíamos, com o esclarecimento de dúvidas", destacou o autor da matéria após a conclusão da reunião desta sexta-feira.
Um dos pontos mais polêmicos envolve o tráfego de caminhões pela rua Ivan Sérgio Athayde Vicente, que fica atrás da avenida Madre Leônia Milito. O fluxo dos veículos pesados é proibido atualmente. "É por isso que apresentamos o projeto. Os quatro terrenos da Angeloni são zona residencial 4 e não permitem pólo gerador de tráfego de caminhões. Queremos mudar o zoneamento para zona comercial 3, que permite o fluxo, principalmente pela rua de trás, que será usada para a carga e a descarga das mercadorias do hipermercado", explicou.
O vereador Jamil Janene (PP) apresentou emenda ao projeto de Alves, que prevê que a carga e descarga seja feita pela Madre Leônia Milito. "É um absurdo. O grupo comprou os dois terrenos de trás da avenida justamente para facilitar o tráfego dos veículos. Não podemos nem cogitar a hipótese de que essa emenda seja aprovada", destacou o petebista. Projeto e emenda voltam a ser discutidos pela Câmara na sessão da próxima quinta-feira (11).
Rony Alves lembrou também que, para evitar aborrecimentos aos moradores, o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina (Ippul) exigiu que ele colocasse no projeto a proibição de estacionamento de caminhões na rua Ivan Athayde Vicente. "O hipermercado se comprometeu a trabalhar com agendamentos e evitar, assim, o acúmulo de veículos pesados na via. Vai ser colocada a sinalização impedindo o estacionamento dos caminhões. Já está tudo certo", ressaltou.