Mesmo registrando em setembro o terceiro aumento mensal consecutivo em suas vendas, a indústria paranaense segue acumulando neste ano seu pior resultado desde 2002. Nos primeiros nove meses de 2014, o segmento registrou retração de -6,93% em seu faturamento, em comparação com o mesmo período de 2013. É o que revela a pesquisa mensal de indicadores conjunturais da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), divulgado nesta sexta-feira (7).
O coordenador do Departamento Econômico da Fiep, Maurílio Schmitt, explica que setembro é, tradicionalmente, um mês de nível elevado de vendas na indústria paranaense. Mas o crescimento de apenas +1,33% em relação a agosto foi muito inferior ao registrado em setembro nos últimos anos.
O resultado positivo no nono mês de 2014, quando comparado com agosto, deveu-se à performance positiva de treze dos dezoito gêneros pesquisados pela Fiep. Inclusive dois dos três gêneros de maior participação relativa na indústria paranaense tiveram aumento: ‘Refino de Petróleo e Produção de Álcool’ (+2,62%), pela recuperação de produção e vendas; e ‘Veículos Automotores’ (+0,23%), no segundo mês de discreta recuperação de vendas. Já a indústria de ‘Alimentos e Bebidas’ teve queda de -1,94%.
No acumulado dos primeiros nove meses deste ano, porém, apenas cinco dos dezoito gêneros estão positivos quando comparados a igual período de 2013. Os três setores com maiores reduções são: ‘Material Eletrônico e de Comunicações’ (-63,29%), ‘Metalúrgica Básica’ (-27,85%) e ‘Veículos Automotores’ (-19,12%). Além disso, as vendas da indústria paranaense caíram -2,45% dentro do próprio Estado, -6,20% para outros estados do país e -19,63% para o exterior.
Segundo Schmitt, a queda deste ano é consequência da progressiva perda de ritmo da atividade econômica no Brasil. Tendência que dificilmente será revertida nos próximos meses, visto que outros indicadores relevantes também seguem com resultados negativos. Em setembro, as compras de insumos pela indústria do Estado baixaram -0,11%, o emprego no segmento variou -0,05%, as horas trabalhadas tiveram redução de -3,48% e a utilização da capacidade instalada das empresas caiu quatro pontos percentuais, chegando a 76%. "Isso evidencia que a velocidade de deterioração da atividade industrial ainda não foi sustada", afirma o economista.