O Ministério Público do Trabalho (MPT) em Uruguaiana (RS) obteve liminar contra o frigorífico Marfrig, de Alegrete, impedindo a dispensa em massa anunciada pela empresa para 4 de fevereiro. Caso desrespeite a decisão judicial, a empresa fica sujeita ao pagamento de multa de R$ 100 milhões. O frigorífico poderá retomar as atividades ou, caso decida encerrá-las, colocar os empregados em licença remunerada até que a situação seja encerrada mediante acordo coletivo entre a empresa e os trabalhadores, representados pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação (STIA) de Alegrete. A legislação brasileira proíbe a decisão unilateral nas dispensas coletivas.
A medida decorre de ação civil pública (ACP) ajuizada pelo MPT, após tentativa de acordo entre os envolvidos, em reunião com a procuradora responsável pelo caso, Fernanda Dutra Arruda, na última semana. Na ocasião, a Marfrig não compareceu. Segunda maior empregadora do município, a empresa pretende manter fechada a planta industrial, pagando o aluguel de R$ 500 mil, sem a possibilidade de transferir a unidade a terceiros e manter os empregos.
Além da negociação entre as partes, o MPT requer na ação civil pública a condenação da Marfrig ao pagamento de indenização, a título de danos morais coletivos, de R$ 16,4 milhões, valor calculado tendo em conta o valor dos salários que deixarão de circular no município por um ano, mais a perda estimada da arrecadação com o fechamento da planta.
A empresa faz parte do grupo Marfrig Global Foods, que é uma das maiores companhias de alimentos à base de carnes bovina, ovina, de aves e de peixes do mundo. Tem 28 unidades no Brasil e em outros 16 países empregando 46 mil trabalhadores. Em 2013, o grupo obteve receita líquida de R$ 18,7 bilhões.
(com informações do Ministério Público do Trabalho)