O déficit na conta corrente do balanço de pagamentos brasileiro ficou em maio em US$ 4,103 bilhões, de acordo com dados divulgados há pouco pelo Banco Central. O resultado foi o dobro do verificado em igual mês do ano passado.
Segundo o BC, o déficit acumulado no ano na conta corrente é de US$ 22,172 bilhões, o correspondente a 2,26% do PIB. De janeiro a maio de 2010, a conta corrente teve saldo negativo de US$ 18,574 bilhões, o correspondente a 2,18% do PIB. Nos últimos 12 meses encerrados em maio, o déficit em conta corrente foi US$ 50,964 bilhões, ou 2,29% do PIB.
No resultado da conta corrente em maio a balança comercial contribuiu com superávit de US$ 3,527 bilhões enquanto a conta de serviços e rendas teve déficit de US$ 7,937 bilhões. As transferências unilaterais somaram US$ 307 milhões. De janeiro a maio, a balança comercial contribuiu com superávit de US$ 8,559 bilhões; a conta de serviços com déficit de US$ 32,123 bilhões e as transferências unilaterais somaram US$ 1,392 bilhão.
O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Túlio Maciel, avaliou há pouco que o déficit em transações correntes de US$ 4,103 bilhões em maio evoluiu numa trajetória esperada e consistente com a estimativa de US$ 60 bilhões para todo o ano. Ele destacou que o financiamento do déficit "está em posição favorável". Maciel destacou que os Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) continuam vindo de "forma significativa".
O chefe do Depec ainda afirmou que os ingressos de captações e empréstimos refletem o aumento do IOF, a partir de abril, para operações acima de 720 dias. "Houve um alongamento das dívidas a partir de então. Os empréstimos de curto prazo cessaram e no longo prazo aumentaram", disse.
Maciel avaliou ainda que os investimentos em ações em maio mostraram recuperação pontual. Segundo ele, os dados parciais de junho mostram que não é um movimento consistente. Para o chefe do Depec, o aumento nas remessas de lucros e dividendos reflete a ampliação de investimentos estrangeiros diretos nos últimos anos.