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Crescimento exige investimento em infraestrutura

05 out 2010 às 15:11

A crescente demanda determinada pelo crescimento econômico do Brasil exigirá melhores sistemas elétricos, de saneamento e transporte, segundo relatório da Moody's sobre as principais tendências e desafios em função do crescimento do Brasil.

O ambiente político e econômico favorável que se desenvolve no Brasil desde a última década tem atraído tanto investidores domésticos como internacionais para o setor de infraestrutura do país, afirma o relatório. Além disso, o aumento esperado no crescimento econômico do Brasil deve elevar ainda mais os investimentos de infraestrutura no país nos próximos dez anos.


"No entanto, um dos maiores desafios para expandir os níveis de investimento, principalmente em infraestrutura, é a falta de financiamento adequado de longo prazo no Brasil", afirma José Soares, vice- presidente sênior de análise da Moody's.


De acordo com a avaliação da agência, a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 que terão o Brasil como sede colocaram a infraestrutura deficiente do país no centro das atenções, principalmente a capacidade insuficiente dos aeroportos e do transporte público urbano.


Soares afirma no relatório que os gargalos logísticos associados a um congestionamento significativo nos principais portos e as más condições das ferrovias e rodovias ameaçam a contínua competitividade e o crescimento econômico do Brasil. "O mais importante é que a acelerada taxa de crescimento do país necessita de um aumento constante da oferta de energia, incluindo fontes como petróleo, gás e eletricidade".


De acordo com a Moody's, todas essas condições interligadas devem ser abordadas para que o Brasil continue se desenvolvendo e reduzindo as desigualdades sociais em uma base sustentável.


A Moody's lembra que o BNDES tem sido a principal fonte de financiamento para investimentos. Outras instituições financeiras federais que expandiram recentemente o financiamento para projetos industriais e de infraestrutura incluem a Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Banco do Nordeste.


"Estas instituições têm um papel importante no desenvolvimento do Brasil, mas não conseguirão conceder empréstimos a taxas de juros subsidiadas por tempo indeterminado e não possuem recursos para financiar todas as necessidades de infraestrutura do país", acrescenta Soares. Portanto, os projetos de infraestrutura de longo prazo precisarão contar cada vez mais com investimentos por parte do setor privado, os quais virão por meio dos mercados de capitais locais e internacionais, afirma.

Os mercados locais de dívida poderão se tornar uma fonte de captação complementar cada vez mais importante nos próximos anos se o Brasil for capaz de reduzir as taxas de juro, alongar os prazos dos financiamentos e criar um mercado secundário para os títulos locais, disse o relatório. Até este momento, apenas algumas empresas brasileiras de infraestrutura acessaram os mercados internacionais devido aos riscos associados ao descasamento de moedas e à ausência de mecanismos adequados de hedging.


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