Os Correios registraram lucro líquido de R$ 499,65 milhões no primeiro semestre de 2011, valor 48,2% superior ao obtido no primeiro semestre do ano passado. De acordo com dados divulgados há pouco pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), houve expansão de 11,72% nas receitas nos primeiros seis meses do ano, enquanto as despesas aumentaram 9,44%.
"O nosso faturamento cresceu bastante devido ao aumento das operações e também tivemos melhoria na eficiência, com forças-tarefa para melhoria do atendimento em algumas regiões", avaliou o presidente dos Correios, Wagner Pinheiro.
Os envios de encomendas lideraram o crescimento em relação ao primeiro semestre de 2010, com expansão de 18% nas expressas (Sedex) e 21% nas não expressas. Já as operações com correspondências apresentaram aumento de 13,4% no período.
O bom resultado do primeiro semestre não inclui a licitação do Banco Postal em maio, na qual o Banco do Brasil saiu vencedor com um lance de R$ 2,3 bilhões, porque o contrato só foi assinado no dia 1º de julho. "O valor será contabilizado no segundo semestre, mas, de qualquer maneira, é um fato não usual. Quando formos comparar os resultados, haverá essa ressalva", afirmou Pinheiro.
Os recursos devem ser utilizados no plano plurianual de investimentos dos Correios, que prevê o desembolso de R$ 4 bilhões até 2015 na compra de veículos, modernização de agências e do parque de informática da companhia, além da melhoria e construção de novos centros de distribuição e terminais de carga.
De acordo com Pinheiro, os Correios mantém o interesse em participar da operação do Trem de Alta Velocidade (TAV), cuja licitação foi adiada pela terceira vez esta semana, e será fatiada em duas etapas. "Vencida a fase de licitação no próximo ano e definidas as empresas para a operação do trem bala, vamos nos oferecer para sermos sócios estratégicos", afirmou. "No mínimo, seremos clientes", completou.
O presidente da companhia destacou que o novo estatuto dos Correios amplia a atuação da empresa que poderá ter participação ou mesmo comprar outras firmas. "Mas não há nada definido sobre a criação de uma empresa aérea para transporte de carga e nem de logística no curto e médio prazo. O que se avalia é fazer parcerias", afirmou.
Apesar do novo estatuto aproximar os Correios da formatação administrativa de Sociedades Anônimas, Pinheiro descartou um processo de abertura de capital nos próximos anos. "Abertura de capital não está na pauta do governo. Não se cogita isso."