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Copel não deve reduzir participação na Sercomtel

12 jan 2011 às 08:44

O novo presidente da Companhia Paranaense de Energia (Copel), engenheiro Lindolfo Zimmer, afirmou, em entrevista minutos antes da posse da nova diretoria da empresa, em Curitiba, que não há intenção de reduzir a participação acionária da Copel junto à Sercomtel. Ao contrário, ele acredita que a empresa londrinense será estratégica para o desenvolvimento da Copel.

O Conselho de Administração da Copel sinalizou, recentemente, que pretendia resolver a relação acionária da empresa com a Sercomtel no início deste ano, uma vez que a Copel, estaria tendo um prejuízo de R$ 1 bilhão por conta do investimento que faz na empresa de telefonia, da qual tem 45% das ações. Apesar de não ter números em mãos, Zimmer disse que tem boas expectativas em relação ao potencial da empresa. ''A Sercomtel tem concessão para fazer comunicação de voz, transmissão de dados, tem um mercado maravilhoso em Londrina, e este é um potencial bom a ser desenvolvido'', disse.


Zimmer e o governador Beto Richa (PSDB), que também participou da posse, descartaram a possibilidade do Governo do Paraná adotar a mesma posição já anunciada pelo governo de São Paulo, que estuda a possibilidade de vender a Companhia Elétrica de São Paulo (Cesp) para o governo federal, como forma de garantir recursos para a empresa.


''Meu compromisso público é manter a Copel sob controle do Estado, mas uma Copel forte, competitiva e nosso trabalho é para colocá-la em um lugar que ela já teve, como companhia referência nacional. Para isso, faremos os investimentos necessários para fortalecê-la e para que possa contribuir fortemente no desenvolvimento sócio-econômica do Paraná'', disse o governador, ressaltando que um dos compromissos da empresa será de garantir expansão da rede de fibra ótica para todo Estado.


Entre os planos da empresa para 2011, Zimmer adiantou que o objetivo será expandir a atuação da Copel para outros estados. ''Se outras empresas podem vender energia no Paraná, por que nós não podemos vender nossa energia fora do Estado? A medida que a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) liberar os leilões de energia e tivermos oportunidade de nos habilitar, vamos participar, e espero sermos melhores do que os competidores'', disse.


A Copel, segundo Zimmer, também terá papel importante para a atração de novas indústrias para o Estado, como prevê o programa de governo. ''Acredito que a Copel, embora dentro do que a lei permite, vai ter alguma flexilização. Estamos dispostos a criar condições para a indústria que queira vir ao Paraná'', afirmou.


Entre os investimentos previstos para 2011, Zimmer citou algumas ''compromissos estabelecidos'', que serão honrados, como a Usina de Mauá, que está em fase de conclusão. Afirmou, ainda, a disposição de investir em pequenas hidrelétricas em diferentes regiões do Estado. ''O Paraná foi exportador de energia até 2004. De lá para cá, foi importador. Será que não devíamos ter investido em mais usinas para não precisar importar?'', questionou.

Sobre as tarifas, afirmou que a Copel não deverá manter a política de descontos implantada pela Aneel. ''A tarifa é determinada de forma a garantir equilíbrio para a empresa sobreviver e expandir. Se há cortes será sobre a possibilidade de expansão ou de atender bem o cliente. Não queremos cortes em nenhum nem outro'', disse. As tarifas, no entanto, não devem sofrer reajustes pelo menos até junho, quando deve ser apresentada a próxima planilha da empresa para a Aneel.


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