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Cooperativa injeta R$ 3,9 mi na região de Londrina

16 mar 2010 às 09:42

Londrina, Ibiporã e Rolândia recebem esta semana uma injeção de R$ 3,9 milhões. Os recursos vão para pequenos, médios e grandes empresários, que atuam nessas três cidades. O dinheiro, que será oficialmente entregue esta semana, é o resultado das sobras do exercício de 2009 da cooperativa de crédito Sicoob Norte do Paraná, e os beneficiados são os associados da instituição. A assembléia geral ordinária (AGO) realiza-se amanhã, às 19h30.

George Hiraiwa, diretor-presidente da entidade, explica que o aporte de recursos beneficia diretamente a economia local. ''Os empresários que vão receber estes R$ 3,9 milhões são os que possuem negócios nessas cidades, que geram empregos e pagam seus impostos aqui. Na prática, as sobras da cooperativa irrigam ainda mais a economia da região metropolitana de Londrina, pois possibilitam a aplicação desses recursos em suas comunidades de origem''.


Atualmente, com sete anos de existência, o Sicoob Norte do Paraná possui 4 mil associados nessas três cidades e administra uma carteira de R$ 100 milhões. No Paraná, o sistema atualmente é representado por 18 cooperativas e 52 pontos de atendimento, com mais de 60 mil cooperados. ''Olhando para o nosso tempo de atuação, é um volume considerável de recursos, mas ainda temos muito espaço para crescer. O cooperativismo de crédito participa apenas com 2,5% do sistema financeiro nacional. Apesar desta porcentagem parecer pequena, o Sicoob é hoje, em todo o Brasil, a sexta maior rede de serviços financeiros superando grandes bancos. São 2 milhões de associados, com R$ 9,4 bilhões em operações de crédito'', salienta Hiraiwa.


A cooperativa de Londrina está comemorando ainda uma marca histórica: R$ 1 bilhão em operações de crédito de recebíveis (cheques e duplicatas) desde sua fundação. ''Nosso primeiro bilhão é reflexo direto da nossa taxa de crescimento. Em 2008 e em 2009 crescemos 16,6%. Já para 2010 estamos projetando um crescimento de 20%. Abrimos uma nova agência no final de 2009 em Londrina, e devemos abrir mais uma ainda no primeiro semestre deste ano'', revela Hiraiwa. O principal motivo do crescimento do cooperativismo de crédito, segundo ele, está na adesão de associados de diferentes perfis, que encontram no sistema mais vantagens do que nos bancos convencionais.


Para o presidente da Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil), Marcelo Cassa, um dos principais benefícios do cooperativismo de crédito é o fomento. ''Como a riqueza gerada pelo sistema fica no local, o fomento ao empreendedorismo acaba sendo maior também. Além disso, o cooperativismo estimula muito o associativismo (a formação de grupos articulados para gerar desenvolvimento), tudo isso na cidade e para a cidade'', frisa.


Outro ponto assinalado por Cassa é a ''fuga'' do custo financeiro, que tanto encarece qaunto atrapalha a expansão do comércio e indústria. ''Quando analisamos que 35% de nosso PIB é custo financeiro, o que a gente conseguir desviar dos grandes bancos que engolem esse dinheiro, já será uma grande coisa. E o cooperativismo permite isso''.


O empresário Ary Sudan, diretor-presidente da Rondopar, indústria de baterias que atende o Brasil e o mercado externo, foi um dos primeiros a se associar ao Sicoob quando a cooperativa iniciou suas atividades em Londrina. Segundo ele, o modelo de gestão de uma cooperativa de crédito apresenta vários diferenciais. ''Em primeiro lugar, o custo das tarifas dos serviços é mais barato. A cooperativa busca também fortalecer os empresários locais, pois sabe que será mais forte e terá mais recursos para administrar''.


Orestes Álvares Soldório, proprietário de uma empresa que trabalha no mercado de bovinos, diz que a equidade do sistema e o atendimento descomplicado foram os pontos que o levaram a se associar. ''Desde 2004, quando me apresentaram o sistema, entendi que o cooperativismo de crédito tem um fundamento mais justo. O acesso aos diretores é muito mais fácil, já que somos todos donos da cooperativa. Já indiquei para vários amigos, que também aderiram''. E há ainda quem enxergue no cooperativismo um sistema com princípios cristãos.

O padre Romão Martins, que se associou no ano passado, afirma que o modelo ajuda até mesmo a promover a justiça social. ''Parece-me mais cristão deixar de enriquecer a poucos para compartilhar a riqueza com muitos'', declara. Padre Romão menciona ainda o tratamento mais humano que os cooperados recebem. ''Você não é visto como mais um número, uma estatística de uma meta. O atendimento é mais humanizado e, assim, sentimos a instituição mais próxima, pronta para nos atender em nossas necessidades'', conclui.


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