As contas externas fecharam o mês de janeiro com déficit de US$ 4,817 bilhões, segundo dados do Banco Central (BC), divulgados hoje (23). Esse é o menor saldo negativo das transações correntes, que são as compras e as vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda do país com o mundo, registrado em janeiro, na série histórica iniciada em 2010. No mesmo mês de 2015, o déficit ficou em US$ 12,165 bilhões.
No balanço das transações correntes, a conta de renda primária (lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários) foi a que apresentou o maior saldo negativo no mês passado: US$ 4,316 bilhões. A conta de serviços (viagens internacionais, transportes, aluguel de equipamentos e seguros, entre outros) contribuiu para o resultado negativo com US$ 1,383 bilhão.
Dados positivos
A conta de renda secundária (renda gerada em uma economia e distribuída para outra, como doações e remessas de dólares, sem contrapartida de serviços ou bens) apresentou resultado positivo de US$ 238 milhões. A balança comercial contribuiu para reduzir o déficit das contas externas ao apresentar superávit de US$ 643 milhões.
Mesmo assim, o país gastou além de sua renda. Quando isso acontece, é preciso financiar esse resultado negativo com investimentos estrangeiros ou tomar dinheiro emprestado no exterior. O investimento direto no país (IDP), recursos que entram no Brasil e vão para o setor produtivo da economia, é considerado a melhor forma de financiar por ser de longo prazo.
No mês passado, o IDP chegou a US$ 5,455 bilhões e foi mais que suficiente para cobrir todo o déficit em transações correntes. Em janeiro de 2015, esses investimentos atingiram US$ 5,765 bilhões.
O país registrou entrada de investimento em ações negociadas em bolsas de valores no Brasil e no exterior e em fundos de investimento no total de US$ 4 milhões, em janeiro. A saída líquida de investimento em títulos negociados no Brasil chegou a US$ 1,193 bilhão.