A mediana da inflação esperada pelos consumidores nos próximos 12 meses ficou em 9,7% em julho, informou nesta quinta-feira (23), a Fundação Getúlio Vargas (FGV), que divulgou o Indicador de Expectativas Inflacionárias dos Consumidores. O resultado é, pelo quinto mês consecutivo, o maior da série histórica, iniciada em setembro de 2005. Em junho, a expectativa das famílias já havia marcado esse recorde, com uma taxa de 9,2% para os 12 meses à frente.
"Os resultados mostram que a cada dia a inflação está assustando mais os consumidores. Entre janeiro e julho, as previsões aumentaram 2,5 pontos percentuais, de 7,2% para 9,7%. A pesquisa também mostra que apenas 1% dos brasileiros acreditam que a inflação ficará no centro da meta (4,5%) nos próximos 12 meses", diz o economista Pedro Costa Ferreira, pesquisador da FGV.
Segundo a instituição, a parcela dos consumidores que preveem uma inflação acima de 9% para os próximos 12 meses já é superior a 50%. A faixa mais citada é a que projeta aumento de preços entre 9% e 10% no período, conforme apontado por 26,3% das famílias.
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O Indicador de Expectativas Inflacionárias dos Consumidores é obtido com base em informações coletadas no âmbito da Sondagem do Consumidor. Produzidos desde setembro de 2005, os dados vinham sendo divulgados de forma acessória às análises sobre a evolução da confiança do consumidor. Desde maio de 2014, as informações passaram a ser anunciadas separadamente.
A Sondagem do Consumidor da FGV coleta mensalmente informações de mais de 2,1 mil brasileiros em sete das principais capitais do País. Cerca de 75% desses entrevistados respondem aos quesitos relacionados às expectativas de inflação.