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Confira dez 'tendências globais' dos próximos cinco anos

02 jan 2013 às 11:46

O mundo dos próximos anos deve ser mais interconectado, de população mais velha e urbana, e com uma classe média mais forte nos países emergentes.

Mas também será um mundo de jovens desiludidos, de incertezas econômicas, crescente disparidade de renda e sob sérios desafios climáticos.


Essas são algumas das tendências previstas pela empresa de pesquisas Euromonitor International, autora de um relatório chamado "Dez Macro Tendências para os Próximos Cinco Anos".


O objetivo do relatório é analisar o futuro dos mercados consumidores. Confira as projeções:


'Futuro incerto'


Dívidas fora de controle, medidas de austeridade na zona do euro e distúrbios políticos globais causam o maior nível de incerteza política e econômica dos últimos anos, aponta o relatório.


"E se a situação de prosseguir, isso terá efeitos para os consumidores que, em tempos incertos, vão exercitar a cautela ao tomar decisões de consumo."


'Classes médias emergentes'

"A expansão da classe média nos diversos países emergentes será um dos efeitos-chave do crescimento econômico (desses países), à medida que grandes contingentes populacionais deixaram a pobreza e formaram uma base de consumidores cada vez mais exigentes e sofisticados", opina a Euromonitor.


Relatório de novembro do Banco Mundial cita por exemplo o aumento da renda média na América Latina. Na última década a classe média da região cresceu em 50%, de 103 milhões de pessoas em 2003 para 152 milhões em 2009, hoje representando 30% da população.


Na Rússia, analistas apontam que a classe média está mais influente e busca sua voz na política; a China mira cada vez mais seu mercado de consumo doméstico, diante do desaquecimento da economia global.


'Jovens desiludidos'


A crise em países desenvolvidos teve como desfecho os altos índices de desemprego entre os jovens, e essa tendência deve se manter, diz a Euromonitor.


Entre os casos mais graves estão a Espanha e a Grécia, onde, segundo dados da Eurostat (instituto oficial de estatísticas da União Europeia), a taxa de desocupação de pessoas com menos de 25 anos supera os 50%.


Essas taxas contribuem para a insatisfação dos eleitores mais jovens, muitos dos quais têm saído às ruas de Atenas e Madri para protestar contra as medidas de austeridade na Europa.


O relatório da Euromonitor afirma que "faltam perspectivas decentes para os jovens, que enfrentam altos desemprego, custos universitários e custos de vida, além da falta de moradia acessível e do fardo de ter que ajudar os mais idosos no futuro".


'Divisão entre ricos e pobres'


O Brasil vive um momento histórico de redução da desigualdade, mas isso não necessariamente se repete no resto do mundo.


Segundo estudo prévio da Euromonitor, de março, a desigualdade de renda aumentou na maioria dos países entre 2006 e 2011, forçada pelo envelhecimento da população, pelo crescimento do desemprego e das medidas de austeridade em países desenvolvidos, além da persistente divisão entre áreas rurais e urbanas nos países em desenvolvimento.


Segundo o levantamento, essas disparidades podem minar os benefícios da recente onda de crescimento em alguns países.


A Euromonitor cita que aumentos desproporcionais de salários, avanços tecnológicos e urbanização também podem favorecer a desigualdade.


Para a consultoria, essas divisões também estão por trás de distúrbios sociais.


'O desafio climático'


"Padrões climáticos cada vez mais erráticos e o aumento dos níveis dos mares serão as maiores ameaças às populações nos próximos cinco anos e depois", diz a análise da Euromonitor.


Serve de exemplo a supertempestade Sandy, que recentemente varreu a costa leste dos EUA e deixou mais de 40 mortos no país. Os custos de reconstrução das áreas devastadas foram estimados em de US$ 30 bilhões a US$ 40 bilhões.


Mas os prejuízos causados pelo clima "errático" vão muito além disso. "Secas e enchentes continuarão a provocar devastação em plantações, afetando os preços dos alimentos nos próximos anos", segundo o relatório da Euromonitor.


'Um mundo em processo de envelhecimento'


A tendência global é de taxas menores de nascimentos e maior expectativa de vida, o que resulta em uma população mais velha.


O Brasil se encaixa nessa tendência: a taxa de fecundidade foi de 1,86 filho por mulher em 2010, segundo o IBGE. A população brasileira deve se estagnar a partir de 2030. As consequências socioeconômicas de casos como o brasileiro são diversas.


"Populações em processo de envelhecimento vão impactar as perspectivas futuras de crescimento econômico, por conta da redução da mão de obra e de taxas mais baixas de poupança e investimento", prevê a Euromonitor. "Ao mesmo tempo, gastos públicos relacionados à idade (caso da saúde) devem aumentar significativamente."


'Transição urbana'


"A urbanização ser uma tendência de longo prazo, mas seu ritmo cresceu perceptivelmente nos últimos anos e o crescimento das cidades alcançou níveis sem precedentes em mercados emergentes", aponta o levantamento.


A China é um exemplo, com a construção de cidades que têm virado polo de atração para hotéis, aeroportos e outros empreendimentos.


Em âmbito global, mais da metade da população já vive em áreas urbanas.


"O êxodo do campo à cidade é fortemente impulsionado pelo anseio por mais poder econômico", diz a Euromonitor. "A transição global para a vida urbana está moldando os mercados consumidores e a demanda."


'Pessoas em movimento'


Para a consultoria, o mundo fica "menor" à medida que mais pessoas têm acesso à opção de viajar, estudar e trabalhar fora de seus países de origem.


"A continuidade da migração tem impacto significativo nas economias, nos mercados e no consumo", opina a Euromonitor. "A maior diversidade étnica oferece boas oportunidades aos mercados."


'Mundo mais conectado'


Previsão da consultoria tecnológica IDC aponta que, a partir de 2015, usuários acessarão mais a internet por dispositivos móveis - tablets e smartphones - do que por computadores.


"Quase um terço dos consumidores globais online têm acesso à web em seus celulares", afirma a Euromonitor.


"Mídias sociais como Facebook e Twitter estão mudando a forma como as pessoas interagem. Uma estratégia bem-sucedida em mídias sociais será uma prioridade para as empresas no mundo inteiro."


'China global'


Segundo a Euromonitor, está mudando o foco dos investimentos estrangeiros chineses: inicialmente concentrados em países em desenvolvimento e ricos em recursos naturais, eles agora se começam a se voltar à América do Norte e à Europa.

"Diversas marcas chinesas entraram na arena global e tentarão desafiar marcas globais estabelecidas", prevê o relatório. "Especialistas creem que os investimentos externos de empresas chinesas tenham um crescimento expressivo na próxima década."


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