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Com movimento três vezes menor, Joinville tem ILS antes de Londrina

07 fev 2014 às 16:26

A cidade de Joinville, em Santa Catarina, aguarda para maio a homologação que autoriza o funcionamento do Instrument Landing System (ILS) no aeroporto Lauro Carneiro de Loyola, tornando mais seguros os pousos em situações climáticas adversas.

O equipamento já está instalado, mas ainda depende da homologação da secretaria de Aviação Civil, órgão ligado à presidência da República. A estação meteorológica que completa o sistema está na reta final de instalação.


O aeroporto de Joinville recebeu 357 mil passageiros no ano passado, volume três vezes menor se comparado ao Aeroporto Governador José Richa, em Londrina, com movimentação de 1,05 milhão de passageiros em 2013.


Por aqui, a instalação do ILS ainda esbarra na desapropriação de terrenos ao redor do terminal. Foram liberados R$ 16 milhões para a aquisição de áreas na face Sul do aeroporto, e a prefeitura negocia a liberação de R$ 11 milhões para iniciar a desapropriação na face Norte. A previsão de instalação é para 2016.


O secretário de Integração e Desenvolvimento Econômico de Joinville, Jalmei Duarte, informou que o município também enfrentou um 'longo processo' semelhante ao de Londrina, iniciado há dez anos. "Estamos na reta final, mas houve várias surpresas. Imaginávamos que ia sair, e o prazo se arrastava. A entrega estava prevista para março do ano passado, mas por conta da licitação da estação meteorológica, ficou para o meio deste ano", exemplificou. Apesar da garantia do ILS, a prefeitura ainda trabalha na desapropriação de outros terrenos próximos ao terminal.


Duarte afirma que a complexidade da tramitação para instalação do ILS exige paciência de todas as partes envolvidas. "É preciso entender o processo, e não chegar a conclusões precipitadas, ter paciência para que seja feito do modo correto. Aeroporto, obstáculos, pista, tudo deve estar milimetricamente preparado. A cidade precisa vencer todas as exigências que as autoridades aeronáuticas impõem, é um interesse de segurança nacional. Tem que cobrar, mas com o entendimento de que as etapas não podem ser abreviadas".


A expectativa de Joinville é dobrar o movimento do aeroporto já a partir do segundo semestre, absorvendo a demanda de passageiros que preferem utilizar os terminais de Curitiba e Navegantes (SC), relativamente próximos ao município. "Já temos um conforto nesse sentido, por ter mais opções. Mas com o ILS aqui, o passageiro passa a confiar mais no aeroporto. Isso gera um círculo virtuoso porque a companhia aérea vê o aumento da demanda, disponibiliza mais aeronaves e abaixa o preço das passagens", relaciona.


Cronologia


A negociação entre Prefeitura de Londrina e Infraero para a instalação do ILS ganhou corpo na administração do então prefeito Barbosa Neto (PDT), em 2009.


De lá para cá, o município conseguiu fazer parte das desapropriações. Já o Governo Federal realizou algumas reformas no terminal e planeja outras ações, como obras no cercamento e a ampliação da sala de embarque e desembarque.


Questionado sobre a falsa informação de que Joinville recebu o ILS que viria para Londrina, o superintendente da Infraero na cidade, Marcus Vinícius Pio, foi taxativo: "São dois processos completamente diferentes. Um não exclui o outro. Isso é lorota".


Ele admitiu que o processo de desapropriação, emperrado por falta de recursos, dificulta ainda mais a negociação. Pio elogiou a atual administração pelo empenho demonstrado. "A prefeitura está trabalhando pesado. Eles estão correndo atrás", completou.


O presidente do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel), Bruno Veronesi, afirma que o ILS de Londrina foi comprado em 19 de dezembro do ano passado. Ele diz ter recebido essa informação da Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (Ciscea), responsável pela aquisição do aparelho nos Estados Unidos. Mas , segundo Veronesi, ele só chega ao Brasil em 2016.


O presidente da Codel diz que a Prefeitura está trabalhando para retomar o cronograma anterior e ter o ILS instalado entre outubro e dezembro de 2016. No ano passado, devido ao atraso nas obras de desapropriação necessárias à implantação do equipamento, a Infraero divulgou que ele só estará funcionando em Londrina em 2019.

(colaborou Nelson Bortolin, da Folha de Londrina)


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