Diretores da Coca-Cola (multinacional que comprou a fábrica da Matte Leão) anunciaram nesta quarta-feira que instalarão uma nova fábrica completa para produção de secos e líquidos no Paraná.
A idéia é que a unidade fique em Curitiba ou num dos municípios da Região Metropolitana para evitar a demissão de 451 funcionários que já trabalham na indústria instalada na região Central da capital paranaense.
''A logística é fundamental para que a gente escolha um local para a nova unidade. A verdade é que ficaremos no Paraná porque os funcionários que trabalham na indústria local têm experiência na produção dos produtos e não deverão ser demitidos'', ponderou Jack Corrêa, vice-presidente de Assuntos Governamentais da Coca-Cola Brasil.
Ontem, os diretores da multinacional foram recebidos pelo governador Roberto Requião. Eles locaram a unidade da Avenida Getúlio Vargas até março de 2009 - quando deverão ser transferidas as instalações atuais de produção de secos e ampliação com líquidos no Paraná. Atualmente, a Matte Leão tem três unidades fabris: a matriz em Curitiba, a de Pavuna (RJ) e a de Fernandes Pinheiro (PR).
E duas linhas de produtos: líquida (mate, chá preto, chá verde e guaraná) e seca (mate tostato, chá preto, chá de ervas-frutas-flores e chimarrão). A fábrica de Pavuna é responsável pela produção e pelo envase da linha líquida, a de Curitiba pela linha seca e a de Fernandes Pinheiro pela compra e processamento da erva mate.
A nova fábrica de Curitiba, em local ainda a ser definido, deverá ter área de 100 mil metros quadrados com taxa de ocupação de 50%; um galpão industrial para produção de alimentos com 15 mil metros quadrados; área administrativa com 1,2 mil metros quadrados e investimentos de R$ 22 milhões - na primeira fase.
A segunda fase será a inclusão da linha líquida em Curitiba a partir de 2009, com investimentos de R$ 10 milhões. Dos atuais fornecedores e prestadores de serviços da Matte Leão, 65,91% estão no Paraná (sendo que mais de 60% em Curitiba) e 20,33% em São Paulo. A Leão Júnior foi fundada em 1901, por Agostinho Ermelino de Leão Júnior.
O projeto de expansão da Matte Leão prevê um crescimento de 50% em cinco anos. ''A idéia é investir em exportação, principalmente da produção seca. Vamos começar a estudar este projeto'', confessou Corrêa. Requião negou ontem que tenha oferecido vantagens fiscais para a Matte Leão. A empresa, se optar pela Região Metropolitana, poderá receber as vantagens tributárias de dilação de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) como todas as demais que se instalam na Grande Curitiba.
No primeiro semestre de 2007 comparado com o mesmo período de 2005 houve um aumento de receita de 44% na Matte Leão e 20 produtos novos foram lançados. A linha seca domina atualmente 64,6% do mercado e a linha líquida, 50,1%.
Folha de Londrina