O presidente da Claro, João Cox, criticou ontem o "tratamento privilegiado" que a Oi quer receber do governo na execução do Plano Nacional de Banda Larga. "A Oi foi a primeira a ficar contra a proposta, e agora quer ter o monopólio de um serviço público sem a discussão da sociedade" , disse o executivo. Ele reiterou que "é preciso dar mais facilidade para que todas as empresas possam concorrer".
Cox afirmou que, desde as primeiras conversas do governo com o setor, a Claro sempre se colocou a favor de um projeto governamental para a universalização da internet rápida no País. "Desde o início das discussões, me coloquei a favor do plano", disse Cox.
O executivo criticou ainda a alta carga tributária incidente no setor. "Do preço total da banda larga, 40% são impostos", explicou Cox. "A renúncia fiscal seria uma maneira de estimular o uso do serviço".
Os comentários de Cox foram uma resposta à campanha que o presidente da Oi, Luiz Eduardo Falco, tem feito em Brasília para se tornar o principal agente de universalização da banda larga no País, pleiteando incentivos que passam por redução de impostos, acesso a fundos setoriais e até o uso gratuito das redes de fibras ópticas das estatais.
Na sexta-feira, Falco apresentou uma proposta à ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, para oferecer acessos a R$ 35, em troca de incentivos. Na terça-feira, o presidente da Oi conversou com o ministro das Comunicações, José Artur Filardi. A iniciativa da Oi fez com que o governo mudasse o discurso sobre a volta da Telebrás.
Apesar de não ter abandonado a ideia, Rogério Santanna, secretário do Ministério do Planejamento e principal defensor do retorno da estatal, já começou a dizer que ela atuaria em "último caso", somente onde não houver interesse da iniciativa privada. Antes, Santanna defendia uma competição direta entre a empresa estatal e as operadoras privadas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.