As operadoras Claro e EUTV Telecom entregaram anteontem suas propostas para serem parceiras no projeto de atuação dos Correios como operadora virtual. A proposta de parceria, divulgada pelos Correios em janeiro em um edital, é um desejo antigo da estatal, que criará uma empresa que poderá vender chips de celular com a marca Correios e será responsável pela gestão comercial. A infraestrutura de rede e processamento da cobrança serão feitos pela operadora escolhida.
Na reunião, que aconteceu em Brasília, na sede dos Correios, as duas empresas entregaram a documentação exigida, que comprova que elas são prestadoras do serviço móvel pessoal autorizadas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e que atendem 50% das cidades do País. Após breve intervalo, os Correios disseram que as duas empresas estavam habilitadas.
A Claro, contudo, levantou dúvidas sobre os documentos entregues pela EUTV. A empresa alegou que a EUTV não dispõe de infraestrutura própria por ser uma operadora virtual autorizada pela Anatel. Ela atua no mercado brasileiro utilizando a rede da TIM.
A reunião foi suspensa e os Correios estabeleceram prazo de cinco dias úteis para que ambas as operadoras analisassem a documentação e, se necessário, entrarem com recurso.
A assessoria de imprensa dos Correios informou que o edital não impede que outras operadoras virtuais participem do processo de seleção para ser parceira da estatal - embora esta não seja uma prática usual no mercado de operadoras virtuais que, em geral, se associam a operadoras de telecomunicações que possuem rede própria e infraestrutura para fazer a gestão comercial do serviço.
Definição
Na próxima quinta, os Correios farão nova reunião com as empresas, na qual os recursos serão analisados. Após a decisão, os Correios planejam abrir as propostas das duas operadoras e escolher a vencedora.
Procurada pelo Estado, a Claro não comentou se entraria ou não com recurso contra a participação da EUTV até o fechamento dessa edição. As operadoras TIM, Vivo e Oi - que não participaram da concorrência dos Correios - também foram procuradas, mas preferiram não se manifestar sobre sua ausência na licitação.
Ao fechar a parceria, os Correios vão atuar como operadora virtual credenciada, o que permite que ela ganhe um valor predeterminado a cada chip vendido e a cada recarga de créditos realizada em suas agências. A empresa vai oferecer apenas chips pré-pagos.
No total, os Correios esperam que o negócio gere, no mínimo, R$ 250 milhões em receita após os primeiros cinco anos da operação, prevista para começar até o fim do ano.