Apesar das chuvas, o Paraná ainda é o maior Estado produtor de trigo do país, respondendo por pelo menos 50.9% da produção nacional. A afirmação é do economista do Deral (Departamento de Economia Rural) do Núcleo Regional da Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento (Seab) de Cornélio Procópio, Santo Pulcinelli Filho. Segundo ele, somente no mês de outubro já choveu o equivalente a 238 milímetros na região de abrangência no Núcleo. "Essas condições climáticas adversas têm levado enormes prejuízos aos produtores de trigo na região", disse. As informações são do Agora Cornélio.
O técnico não acredita ainda que, recursos de R$ 600 milhões anunciados pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes para aquisição de trigo, vai amenizar a crise da triticultura e garantir o preço mínimo.. "O produtor teve perdas significativas de produtividade e qualidade", aponta.
Inicialmente, segundo ele, esperava-se uma colheita em torno de 433 mil toneladas já que foram plantados 170 mil hectares nos 23 municípios da região de Cornélio Procópio. No entanto, a partir de julho começou a chover acima do normal, inclusive os índices pluviométricos são os maiores dos últimos 60 anos e o trigo é uma cultura que não gosta muito de chuva e foi atacado por doenças fúngicas, principalmente a bruzone. "Hoje, nossas estimativas giram em torno de 240 mil toneladas de trigo e com a redução do PH, fato que prejudica a comercialização no mercado", lamenta o técnico.
A produtividade esperada estava na faixa de R$ 2,4 a R$ 2,6 mil por hectare plantado, mas o resultado desta safra ficou em torno de R$ 1,4 mil. Isso representa uma redução de 50% só na produtividade.
A qualidade do produto também está se refletindo nos preços. Hoje, o preço mínimo para o tipo um de trigo garantido pelo governo seria R$ 33 por saca e o preço de mercado chega no máximo a R$ 20 por saca.